Conselheira do TCE Yara Lins dos Santos, denuncia Ari Moutinho Jr. por ameaça e xingamentos de baixo calão
A conselheira Yara Lins dos Santos, eleita presidente do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) para biênio 2024-2025, formalizou nesta sexta-feira (6), na Delegacia Geral de Polícia do Amazonas (GD-AM) uma denuncia contra o colega conselheiro, Ari Jorge Moutinho da Costa Junior, por agressões verbais que teriam sido proferidas por no último dia (3) dia da eleição do TCE.
“Nesse momento eu não estou aqui como conselheira, estou aqui como uma mulher, que foi covardemente agredida no plenário do Tribunal de Contas, antes das eleições para me desestabilizar”, disse a conselheira.
Segundo a dra Yara, as agressões verbais, foram proferidas em plenário na presença de várias testemunhas, quando ela foi cumprimentar o conselheiro Ari Moutinho Jr.
“Eu disse bom dia. Ele respondeu, bom dia nada, sua puta, safada, vadia. Eu vou te fud*r”, relatou a dra Yara, que estava acompanhada do vice-presidente eleito do TCE, Luís Fabian Barbosa, do corregedor eleito, Josué Neto, e do filho o deputado federal Fausto Santos Jr.
“Eu acredito na justiça de Deus. Eu acredito na imprensa do meu Estado e acredito nas autoridades. Eu peço Justiça, por que sou a única mulher, a única conselheira do tribunal e represento as servidoras da minha instituição. Eu relutei muito em vir aqui fazer essa denúncia, mas eu não poderia me acovardar como muitas por ameaças, e eu não aceito ameaças. Eu quero que a Justiça puna o agressor, para que acabe a violência contra a mulher, eu peço justiça das autoridades dos homens e das mulheres”, salientou a conselheira.
Ainda de acordo com a dra Yara, as agressões foram registradas pelas câmeras de segurança e do próprio plenário, que gravava a votação do dia.
“Fui agredida dentro da minha função, dentro do plenário do tribunal de contas. O vídeo mostra que depois que fui agredida, eu fiquei paralisada e passei a mão no rosto dele e disse: você é um infeliz, por isso que sofre tanto. E ele sarcasticamente tentou pegar no meu rosto e mandou beijo para mim”, relatou.
Ao finalizar a coletiva, a conselheira Yara Lins, classificou ainda a agressão sofrida no plenário como um “deboche” vindo de Moutinho.
“Durante meu discurso na sessão, eu disse ‘agradeço a Deus, tudo posso naquele que me fortalece. Mas eu só remo a Deus, não temo homem, não temo ameaça’ e ele gritou lá da Tribuna: ‘Amém’”, finalizou.
Ação contra a agressão verbal
A advogada Catharina Estrela, acompanhou a dra Yara Lins, e afirmou que a conselheira Yara precisou tomar providências na Justiça para manter a sessão, pois havia um grupo que tinha interesse em adiar as eleições.
“Mulheres em espaço de poder ainda são agredidas. Em um vídeo é possível ver as agressões verbais”, disse a advogada Catharina Estrela, que representa a conselheira.
De acordo com a advogada, como os documentos e prova já foram entregues às autoridades, o processo deve ser investigado pela Policia Civil e pelos órgãos judiciais como o Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
E os crimes atribuídos por Yara Lins a Ari Moutinho se encaixam nos artigos 139 e 140 do Código Penal, que definem os crimes contra a honra. Para cada um dos artigos, a pena é de três meses a um ano de detenção, além de multa.
Foto: André Amazonas