Família de empresária que pagou pesquisa a Durango Duarte já foi alvo da Polícia Federal
A PR Construções, sob a gestão de Pamela Mendonça Freire, é responsável pela contratação da pesquisa divulgada no último dia (16) para a prefeitura de Manaus, feita pelo empresário Durango Duarte.
Pamela é filha dos empresários José Farias Freire e Odinete de Souza Mendonça Freire, sócios da TETOPLAN CONSTRUÇÕES LTDA. Este empreendimento foi implicado na Operação Albatroz, conduzida pela Polícia Federal (PF) em 2004, que resultou na prisão do ex-secretário da Fazenda, Antônio Paz, e de outras 19 pessoas, incluindo agentes públicos e representantes de empresas.
A operação investigou fraudes em licitações do Governo do Amazonas, com valores estimados em R$ 500 milhões.
A pesquisa contratada pela PR Construções custou R$ 90 mil e revelou números que destoam de diversas pesquisas já registras em Manaus. Principalmente em relação a rejeição dos candidatos.
O levantamento entrevistou 923 eleitores e foi registrado no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o código AM-02331/2024.
Além da pesquisa, Durango Duarte está no centro das atenções por seus contratos milionários com a Prefeitura de Manaus.
Em março de 2024, sua empresa, a Agência de Interatividade e Marketing Ltda – iMarketing, venceu a Licitação 001/2024 para prestar serviços à Secretaria Municipal de Comunicação (Semcom) por até R$ 19 milhões anuais. Este contrato se junta ao Contrato 002/2020, que a iMarketing já havia vencido, no valor anual de R$ 14,2 milhões, com validade até março de 2025. As informações estão disponíveis no Portal da Transparência do Executivo municipal.
Ao todo, a Semcom já pagou mais de R$ 33 milhões à iMarketing para serviços de “Planejamento, Desenvolvimento e Execução de Soluções de Comunicação Digital”, que incluem a produção de conteúdo para redes sociais.
A PR Construções, fundada em 2005 e localizada na Avenida Torquato Tapajós, zona Norte de Manaus, possui um capital social de R$ 5 milhões e se destaca nas áreas de terraplanagem, construção e demolição de edifícios, bem como na venda de materiais para obras e equipamentos diversos.
Operação Albatroz
A Operação Albatroz foi desencadeada em março de 2002.
O objetivo inicial da operação era investigar o deputado estadual Antônio Cordeiro (sem partido), suspeito de crimes de enriquecimento ilícito, evasão de divisas e sonegação fiscal.
No entanto, a apuração da PF chegou ao primeiro escalão do governo do Amazonas em junho de 2003, após a descoberta de que as licitações eram direcionadas por secretários e executivos para as empresas de Cordeiro.
O relatório da operação feito pela PF afirma que “não é plausível que o governador Eduardo Braga não tenha conhecimento da farra com dinheiro público patrocinada pela CGL [Comissão Geral de Licitação]“.
Em uma das fases da operação, a PF descobriu que a Tetoplan fazia parte de um grupo de empresas que ganhava licitações superfaturadas do Governo do Amazonas por meio de interferência política do ex-deputado Antônio Cordeiro. Os recursos obtidos com o desvio eram lavados no Uruguai. As investigações mostraram que a movimentação financeira das empresas foi de R$ 500 milhões. Na época, o jornal Folha de São Paulo noticiou o caso.
O processo tramita na 2ª Vara Federal no Amazonas, sob o número 2162-25.2008.4.01.3200.