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‘O Brasil é antes e depois da Lava Jato’ diz Plínio Valério sobre fim da operação

‘O Brasil é antes e depois da Lava Jato’ diz Plínio Valério sobre fim da operação

Essa semana a maior e mais bem-sucedida operação de combate à corrupção do Brasil, a força-tarefa da Lava Jato, que durante 7 anos e 79 fases de operações, colheu materiais e provas que embasaram 130 denúncias contra 533 acusados, foi dissolvida por decisão do procurador-geral da República, Augusto Aras. Em uma entrevista exclusiva ao Direto ao Ponto, o senador Plínio Valério (PSDB) falou de seu posicionamento, do qual, se diz perplexo com a decisão e que quer logo a aprovação da prisão em 2ª instância.

As investigações da Lava Jato, continuarão, mas muito enfraquecidas: os procuradores serão incorporados ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Federal do Paraná (MPF-PR), mas poucos seguirão com os casos do petróleo, por exemplo.

A Lava Jato foi uma operação que investigou o maior escândalo de corrupção da história do país, montado pelo governo petista com a participação de partidos do centrão e de empreiteiras, para enfraquecer estatais e alimentar um projeto de poder.

Foram 278 condenações atingindo 174 pessoas, cujas penas, somadas, são de 2.611 anos. Porém, devido a inaceitável lentidão, tanto da Procuradoria Geral da República (PGR) quanto do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável pelos julgamentos – que até hoje, só condenou três réus da Lava Jato e formalizou 226 acordos de colaboração que resultaram em compromissos para a devolução de R$ 15 bilhões, dos quais R$ 4,3 bilhões já retornaram aos cofres públicos ou da Petrobras. Passou a ser derrotada por decisões do Supremo e, ao mesmo tempo, pelo “fogo amigo” do MPF e do presidente da República.

Em uma curta entrevista de perguntas e respostas (Ping-Pong), o senador do Amazonas, Plínio Valério (PSDB) que faz parte do grupo Muda Senado, que é composto por senadores de partidos variados e se formou tendo como principal bandeira o combate à corrupção, com apoio à Operação Lava Jato e à prisão após condenação em segunda instância, disse que a Lava Jato faz parte da história. E que o Brasil se define em antes e depois da Lava Jato.

Nesta entrevista, o parlamentar discorda completamente da atitude do procurador-geral e ao ser abordado sobre sua posição em relação a prisão em segunda instância, afirmou que quer que saia logo do papel.

DP- Qual sua posição sobre a atitude do procurador geral. Se concorda ou discorda?

PV- Eu discordo completamente da atitude do procurador geral. Acabar com uma operação como a “Lava Jato” que foi histórica? O Brasil é antes e depois da Lava Jato, e é uma coisa do brasileiro.

DP- Na sua opinião, a Lava Jata contribuiu para o país?

PV- A Lava Jato pode ter alguns pecados, mais contribuiu imensamente. A Lava Jato, provou que os ricos e poderosos, também podem ser presos e encarcerados com tornozeleira eletrônica. Claro, que contribuiu por ter botado na cadeia, corruptos ricos e ter resgatado alguns bilhões de reais.

DP – Você acredita que exista um movimento político para cessar e atrasar as investigações?

PV- Pode até ser que não haja um movimento político organizado, mas acho que exista decisões que vem muito mais de cima. E vem muito mais do próprio Judiciário, do Supremo, do Ministério Público da Procuradoria Geral da União. Eu acho assim, um movimento político orquestrado, organizado para acabar com a Lava Jato, eu creio que não, pois existem muitos políticos que defendem a Lava Jato. Como nós do Muda Senado, defendemos.

DP- Você é a favor da prisão em segunda instância?

PV- Sou a favor da prisão em segundo instância e acabar com esta farra dos que tem dinheiro e bons advogados para não ir para cadeia. E eu acho que não pode ter esta coisa infindável de recursos. É uma coisa que hoje não cabe mais. No senado, estamos sempre resgatando o assunto para que a gente vote logo no senado. Porque está travado.

A posição do senador Plínio, vem de encontro com a de muitos brasileiros e brasileiras, que acreditam que o fim da força-tarefa da Lava Jato, é uma derrota para o Brasil, não apenas pela importância das investigações do petrolão, mas porque este é mais um ato de destruição do combate à corrupção no país.

Com todo o arcabouço legal e jurídico que está sendo montado – Lei de Abuso de Autoridade, decisões do STF e de conselhos como o CNMP –, pode não tardar até que os corruptos estejam todos livres enquanto aqueles que agiram dentro da lei estejam no banco dos réus.

Uma inversão que destruiria qualquer esperança de um Brasil melhor e sem corrupção.

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