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Artigo | Fé, empatia e respeito à ciência

Artigo | Fé, empatia e respeito à ciência

Arthur Virgílio Neto

É surpreendente o número de pessoas não vacinadas no Brasil contra o novo coronavírus. Aproximadamente, 30% da população não recebeu nenhuma das quatro doses já disponibilizadas para uso. É mais surpreendente ainda quando estamos cientes de que 80% das mais de 300 mil mortes por Covid-19, ocorridas de março a novembro de 2021, foram de pessoas não vacinadas e mais de 81% das pessoas internadas nesse período também não estavam vacinadas. Então, o espanto: por que? Por que as pessoas, mesmo cientes de todos os riscos que estão correndo e que estão levando aos seus entes queridos, se recusam a fazer o ciclo de imunização?

A pandemia de Covid-19 nos tomou a todos de surpresa, não sabíamos muito bem como lidar com ela, mas isso foi há dois anos. Os progressos que a ciência trouxe ao combate, com o desenvolvimento de vacinas, está ajudando na normalização da vida no planeta. Mas, já podemos afrouxar as medidas? Já podemos caminhar tranquilamente pelas ruas, sem máscara, sem uso das medidas sanitárias recomendadas? Absolutamente, não.

Recentemente, o mundo registrou dois recordes sucessivos de Covid-19, com 2,59 milhões de casos em apenas 24 horas (05.01) e 2,4 milhões (04.01). Esses números estão diretamente ligados a variante Ômicron, transmitida com mais facilidade que as variantes anteriores. Ou seja, fica cada vez mais claro que a Covid-19 vai permanecer ainda por muito tempo em nossas vidas e que devemos nos convencer de adotar as medidas para nos proteger e aqueles que amamos. Pais, mães, avós, filhos, vizinhos, amigos… tantos que se foram. Não pode ser em vão e nem precisamos mais ver famílias se esfacelando.

Vacina, vacina e vacina. Esse é o caminho. Os governos precisam adotar novas estratégias de convencimento da população não vacinada, fazendo buscas ativas. E as pessoas devem ter consciência de que a máscara é o novo acessório de seu vestuário, por um longo tempo. É preciso também vacinar as crianças, acabar com discursos e práticas estúpidas que deixam milhões de brasileiros indefesos. Vidas importam!

Para virar essa página, vencer o medo, é preciso – acima de tudo – fé em Deus, com mais empatia, cuidando de si e dos seus semelhantes, mais respeito à ciência, à vida e aos verdadeiros valores que fazem com ela valha a pena. Juntos, cada um fazendo a sua parte, podemos vencer o novo coronavírus, controlar sua evolução e minimizar seus efeitos. É gente cuidando de gente.

 

Sobre o autor

É diretor do Núcleo de Educação Política e Renovação do Centro Preparatório Jurídico. Foi por 20 anos deputado federal e senador, líder por duas vezes do governo Fernando Henrique, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, líder das oposições no Senado por oito anos seguidos e três vezes prefeito da capital da Amazônia.

Os textos do colunista não expressam, necessariamente, a opinião do Direto ao Ponto.

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