Artigo | Um povo guerreiro e acolhedor
Por Arthur Virgílio Neto
Estou fazendo uma imersão no interior do Amazonas e já percorri mais de 20 municípios, nas diversas calhas de rio – Negro, Solimões, Purus, Madeira, Amazonas – de Iranduba a Humaitá. Ainda faltam muitos lugares a serem visitados, mas já tenho uma imagem muito clara e definida na minha mente. Meu povo sofre pelo abandono. O interior sempre esteve carente das coisas mais básicas, mas é inquestionável que o grau de sofrimento das pessoas aumentou, em muito, beirando à tragédia.
Fui a municípios castigados pelas cheias, como em Anamã e Anori, e em outros onde falta até energia elétrica, como foi o caso de Humaitá. Em todos, as reivindicações foram sempre as mesmas: infraestrutura e logística para a economia, para escoar produção, para trabalhar e fazer o seu próprio sustento e de suas famílias. O povo quer condições para trabalhar e viver.
Cada canto do Amazonas tem uma potencialidade a ser utilizada em favor da população e da economia dos municípios, mas não há uma política efetiva federal, para fazer que essas potencialidades sejam economias reais e consolidadas, a partir da nossa maior riqueza: a biodiversidade, que seria capaz de levar prosperidade aos amazonenses e a todos os brasileiros.
E o que mais me marcou até agora? A coragem de um povo guerreiro, alegre e disposto a enfrentar os dissabores com energia e a receber os seus com os braços abertos e muito amor no coração. Estou energizado pelo carinho que venho recebendo nessa trajetória e isso aumenta ainda mais o meu compromisso de trabalhar, trabalhar e trabalhar para o bem das pessoas do meu Amazonas.
Sobre o autor
É diretor do Núcleo de Educação Política e Renovação do Centro Preparatório Jurídico e atual presidente do PSDB no Amazonas. Diplomata, foi por 20 anos deputado federal e senador, líder por duas vezes do governo Fernando Henrique, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, líder das oposições no Senado por oito anos seguidos e três vezes prefeito da capital da Amazônia.