Do PT ao PL: Saiba como cada senador votou na PEC da Anistia
O Senado aprovou nesta quinta-feira (15), a PEC da Anistia, que tem como objetivo perdoar as dívidas bilionárias dos partidos com a Justiça Eleitoral. O texto da proposta não apresenta o impacto da medida, mas a Organização Não Governamental (ONG) Transparência Partidária calcula o volume em até R$ 23 bilhões.
Por se tratar de uma Proposta de Emenda à Constituição, o projeto precisou ser votado em dois turnos pelos senadores. Na primeira etapa, foram 51 votos favoráveis, e 15 contra. Eram necessários 49 votos para a proposta ser aprovada. No segundo turno, o placar foi de 54 a 16.
Apenas o Novo, que tem somente um senador, orientou contra a proposta. O governo liberou a bancada e e a oposição orientou o voto favorável.
Quais senadores que votaram SIM à PEC da Anistia:
- Alan Rick (União-AC)
- André Amaral (União-PB)
- Angelo Coronel (PSD-BA)
- Augusta Brito (PT-CE
- Bene Camacho (PSD-MA)
- Beto Faro (PT-PA)
- Carlos Portinho (PL-RJ)
- Castellar Neto (PP-MG)
- Ciro Nogueira (PP-PI)
- Confúcio Moura (MDB-RO)
- Daniella Ribeiro (PSD-PB)
- Davi Alcolumbre (União-AP)
- Dorinha Seabra (União-TO)
- Dr. Hiran (PP-RR)
- Eduardo Braga (MDB-AM)
- Fabiano Contarato (PT-ES)
- Fernando Dueire (MDB-PE)
- Flávio Bolsonaro (PL-RJ)
- Humberto Costa (PT-PE)
- Izalci Lucas (PL-DF)
- Jaques Wagner (PT-BA)
- Jayme Campos (União-MT)
- Jussara Lima (PSD-PI)
- Leila Barros (PDT-DF)
- Marcio Bittar (União-AC)
- Marcelo Castro (MDB-PI)
- Eduardo Gomes (PL-TO)
- Nelsinho Trad (PSD-MS)
- Otto Alencar (PSD-BA)
- Rodrigo Cunha (Podemos-AL)
- Sergio Moro (União-PR)
- Sérgio Petecão (PSD-AC)
- Soraya Thronick (Podemos-MS)
- Tereza Cristina (PP-MS)
- Vanderlan Cardoso (PSD-GO)
- Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB)
- Weverton (PDT-MA)
- Wilder Morais (PL-GO)
- Romário (PL-RJ)
- Flávio Azevedo (PL-RN)
- Luiz Carlos Heinze (PP-RN)
- Marcos Rogério (PL-RO)
- Mecias de Jesus (Republicanos-RR)
- Beto Martins (PL-SC)
- Esperidião Amin (PP-SC)
- Jorge Seif (PL-SC)
- Laércio Oliveira (PP-SE)
- Rogério Carvalho (PT-SE)
- Marcos Pontes (PL-SP)
- Eduardo Gomes (PL-TO)
- Irajá (PSD-TO)
Senadores que votaram SIM apenas no segundo turno:
- Lucas Barreto (PSD-AP)
- Margareth Buzetti (PSD-MT)
- Randolfe Rodrigues (PT-AP
Quais senadores que votaram NÃO à PEC da Anistia:
- Alessandro Vieira (MDB-SE)
- Ana Paula Lobato (PDT-MA)
- Cleitinho (Republicanos-MG)
- Damares Alves (Republicanos-DF)
- Fernando Farias (MDB-AL)
- Hamilton Mourão (Republicanos-RS)
- Jaime Bagattoli (PL-RO)
- Flávio Arns (PSB-PR)
- Eduardo Girão (Novo-CE)
- Magno Malta (PL-ES)
- Oriovisto Guimarães (Podemos-PR)
- Paulo Paim (PT-RS)
- Renan Calheiros (MDB-AL)
- Rosana Martinelli (PL-MT)
- Styvenson Valentim (Podemos-RN)
O que trata a PEC da Anistia
A PEC da Anistia livra os partidos políticos de multas por descumprimento de repasses mínimos para candidaturas negras e cria um perdão amplo para outras irregularidades em prestações de contas eleitorais.
Além do perdão por essas irregularidades, a proposta muda o modo de aplicar a cota racial. Atualmente esse percentual é estabelecido de acordo com proporção da população negra no eleitorado, o que hoje representa algo próximo de 50%. Segundo o texto, a cota passará para o percentual de 30%.
O texto conta com apoio de siglas como o PT, do presidente Lula, e o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro. A aprovação acontece em meio a pressão de presidentes de partidos, que desejam aprovar as novas regras antes das eleições municipais deste ano, cujo período oficial de campanha já começa na próxima sexta-feira (16).
Senado recuou sobre a proposta
Na Câmara, apenas o partido Novo e a federação PSOL-Rede votaram contra a PEC da Anistia, mas o texto estava travado na Casa desde o ano passado porque o Senado sinalizou que engavetaria a medida.
De acordo com Marcelo Castro, relator da matéria, o Senado mudou de posição após a Câmara, que teve o deputado Antonio Carlos Rodrigues (PL-SP) como relator, suavizar alguns dispositivos do texto.
Uma das principais mudanças foi a possibilidade de parcelamento das multas dos partidos. Além disso, há uma espécie de “financiamento” das dívidas dos partidos, com pagamentos em até 180 meses.
Além disso, a PEC vai permitir aos partidos, que descumpriram a cota racial em 2020 e 2022, poderem compensar a distorção nas quatro disputas seguintes, de 2026 em diante, escapando assim de punição.
“Essa PEC começou lá na Câmara com a ideia de dar anistia aos partidos que não tinham cumprido a cota feminina. Houve uma reação muito forte das mulheres na Câmara; isso foi tirado do texto. Houve uma reação aqui e nós estamos tratando aqui da PEC que não anistia os partidos que não aplicaram o valor proporcional para candidaturas de pretos e pardos. Não tem nenhuma anistia. E os partidos serão obrigados a gastar aquilo que não gastaram nas próximas quatro eleições”, defendeu o senador Marcelo Castro.
Fonte: O Antagonista