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Golpes financeiros online têm aumentado nos últimos tempos; saiba como se proteger

Golpes financeiros online têm aumentado nos últimos tempos; saiba como se proteger

Você já recebeu uma mensagem dizendo que seu cartão de crédito foi clonado? Ou ligações de supostos bancos para a confirmação de seus dados? A maioria destas investidas, na verdade, é golpe. É o que registrou o último levantamento da empresa de segurança PSafe, através de seu setor de inteligência de dados Dfndr Enterprise. No primeiro semestre deste ano, o Brasil contabilizou uma tentativa de golpe financeiro a cada seis segundos, totalizando 2,3 milhões ataques. Só no Paraná, o relatório identificou mais de 88,3 mil atuações criminosas.

Os dados alarmantes corroboram também com o levantamento da Febraban – Federação Brasileira de Bancos – que mostra que os golpes da falsa central telefônica e falso funcionário de banco tiveram crescimento de 340% apenas no primeiro bimestre deste ano. Se contabilizadas todas as tentativas de fraudes, é possível que o volume seja de uma tentativa a cada três segundos, na visão de Emilio Simoni, diretor do Dfndr Lab e líder do levantamento.

A fraude mais comum registrada pelo estudo da PSafe é a de golpes de SMS enviados em massa. Os golpistas enviam notificações via mensagem alertando que as credenciais bancárias foram clonadas, o cartão foi bloqueado ou foram realizadas compras indevidas. Ao receber a notificação, o usuário é direcionado para um site fraudulento do banco montado apenas para captar dados de login e senha de sistemas como internet banking. O criminoso de posse destes dados pode fazer movimentações bancárias se passando pela vítima.

Infelizmente, as investidas não param por aí. Outra estratégia comum é a clonagem de WhatsApp. No primeiro semestre de 2021, foram mais de 1,1 milhão de clonagens no Brasil. No Paraná, o valor é de 51,6 mil detecções, apenas neste ano.

Outro dado preocupante é o número de credenciais vazadas no mundo. Neste modelo, o hacker invade sistemas de empresas e capta credenciais para acessar e-mails ou portais pessoais das vítimas. Esta modalidade cresceu 726% de 2019 a 2020. Só nos primeiros meses de 2021, foram 4,6 bilhões de credenciais vazadas no mundo. A tendência é que o número atinja 10 bilhões de vazamentos até o fim do ano.

Para Marco DeMello, CEO da PSafe, o uso da inteligência artificial por criminosos cibernéticos torna a internet mais perigosa a cada ano. “Os cibercriminosos conseguiram evoluir 10 anos em apenas seis meses, com o uso da inteligência artificial. No passado, para que uma invasão a um site ocorresse, era necessário que um hacker altamente especializado estudasse as infraestruturas digitais, procurando brechas de segurança. Hoje, costumamos dizer que os hackers já não invadem mais os sistemas, eles apenas fazem login. De posse das credenciais de acesso, normalmente informações de login e senha vazados, um cibercriminoso basicamente encontra portas escancaradas para suas ações”, alerta.

Se a pandemia acelerou a velocidade da digitalização no Brasil e no mundo, o número de oportunidades para iniciativas criminosas cresceu na mesma proporção. Segundo Emílio, da PSafe, ao transferir o espaço do trabalho para casa, as redes de empresas e pessoais ficaram mais expostas, como o caso dos mega vazamentos registrados no início do ano, onde informações como nome e CPF de 200 milhões de brasileiros foram expostos na internet.

“Quando o criminoso tem estes dados pode potencializar sua engenharia social. Eles ligam e tem seu nome completo, endereço, filiação e pedem senhas para cancelar compras, que, na verdade, não foram realizadas. Estes fatores combinados fazem com que o número de ataques esteja em crescimento”. Emílio completa também que orçamentos limitados para segurança, no caso de empresas, são uma das brechas encontradas por cibercriminosos.

Golpe da mensagem e ligação telefônica

De um lado, os dados concretos sobre ataques, e de outro, a percepção da sociedade. Foi para verificar como as pessoas se sentem em um cenário de insegurança digital que o Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) realizou a 7ª edição do Observatório Febraban, encomendado pela Federação Brasileira de Bancos.

Entre os destaques da pesquisa, o recebimento de mensagem ou ligação telefônica com solicitações fraudulentas de dados pessoais ou bancários é o golpe mais frequente para 46% dos moradores do Sul do Brasil. Mensagens para a realização de depósitos e transferências de dinheiro são comuns para 36% dos entrevistados.

A pesquisa identificou também que 86% dos moradores do Sul têm medo de fraudes ou violações de seus dados pessoais. O que justifica este medo, segundo o Antônio Lavareda, cientista político, sociólogo e líder da pesquisa, é a experiência pessoal ou de familiares com fraudes. “O medo tem dois pilares explicativos. O primeiro é a grande repercussão que estes golpes têm tido e o espaço que ocuparam na mídia. Em segundo lugar, a experiência pessoal e familiar”, destaca.

Uma dicotomia importante salientada pelo estudo é que, apesar do temor de golpes, quatro em cada dez sulistas não utilizam senhas fortes para proteger seus acessos. A mudança frequente de senhas, comportamento cautelar e importante para a segurança, é uma medida realizada por apenas 27% dos entrevistados. “Observamos muito medo, mas pouca cautela do ponto de vista prático”, alerta Antônio.

Ainda no recorte para a região Sul, 44% sentem que as informações pessoais estão mais seguras e 29% acreditam que ficaram menos seguras nos últimos cinco anos. Já 53% dos entrevistados têm expectativa de que nos próximos cinco anos a segurança digital vai aumentar, enquanto 22% acreditam que deve diminuir.

Na visão do pesquisador, este otimismo em relação ao futuro da segurança deve se tornar real, principalmente por conta da legislação brasileira que está evoluindo quando o assunto é segurança online. “Com a adoção das novas legislações, como a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), é importante que governos e empresas também façam um amplo esforço de divulgação. É preciso conscientizar o máximo possível a sociedade”, alerta Lavareda.

Podemos confiar?

Outro recorte da pesquisa da Febraban foi a sensação de confiança em relação a instituições que armazenam dados pessoais. A maioria dos entrevistados na região (73%) confia nas empresas e instituições para manter suas informações seguras. Os bancos são os mais confiáveis (69%), à frente do varejo (64%) e das fintechs (56%).

Para os especialistas da PSafe, a confiança em primeiro lugar em bancos é concreta. “A segurança bancária brasileira foi forçada a evoluir, junto da evolução da qualidade de golpes. Os sistemas bancários do Brasil são um dos mais avançados do mundo, com relação à segurança”, explica Emílio. O perigo é que o criminoso não ataca o banco, mas sim os usuários. Daí o ponto de atenção crucial para não ter os dados violados: desconfiar.

Como se previnir

Os especialistas da PSafe e Ipesp listam 5 dicas para se manter seguro na internet:

  • Desconfie de ligações sobre compras indevidas, contatos por SMS, redes sociais e WhatsApp. Na dúvida, ligue de volta para seu banco ou instituição que tentou o contato;
  • Sempre cheque a URL antes de inserir suas credenciais em qualquer sistema. Verifique sempre se o site é real;
  • Nunca compartilhe dados pessoais ou de acesso a sistemas;
  • Mude suas senhas regularmente e não utilize as mesmas para diferentes sites;
  • Utilize antivírus de confiança no celular e computador.

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