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Terra indígena| Waiãpi é invadida por garimpeiros e presidente é criticado por querer regulamentar garimpos no país

Terra indígena| Waiãpi é invadida por garimpeiros e presidente é criticado por querer regulamentar garimpos no país

Índios denunciaram às autoridades públicas que garimpeiros invadiram a Terra Indígena Waiãpi, no oeste do Amapá, e que um cacique foi morto durante a invasão. Segundo relatos, os garimpeiros estavam acampados no interior da reserva.

No início da semana, o Conselho das Aldeias Waiãpi-Apina, emitiu nota informando que o cacique Emyra Wajãpi foi encontrado morto com sinais de facadas. No entanto, a morte do líder não foi testemunhada por nenhum índio da etnia e só foi percebida na manhã de terça-feira.

De acordo com a entidade, na sexta-feira (26), moradores da aldeia Yvytotô se depararam com um grupo de índios não armados e avisaram as demais aldeias pelo rádio. À noite, os invasores entraram na aldeia e se instalaram em uma das casas, ameaçando os índios, que fugiram para outras aldeias da região.

Indígenas, ambientalistas e responsáveis políticos têm responsabilizado o atual governo federal pelo avanço da atividade ilegal garimpeira que já foram constatadas em vários pontos dos estados do Pará e de Roraima, onde riqueza da Terra Yanomami (subsolo, terra, recursos hídricos), abrem os apetites, e têm criticado as regras de controle e fiscalização.

Ao longo da campanha eleitoral e já como presidente, Jair Bolsonaro sempre defendeu uma política de exploração mineral em terras indígenas, e deixou clara a vontade de rever as demarcações das terras indígenas, minimizando as especificidades das comunidades que nelas residem.

Hoje (29/07), Bolsonaro voltou a dizer que tem a “intenção” de regulamentar o garimpo no país, plano que inclui a liberação da atividade em terras indígenas.

“É intenção minha regulamentar o garimpo, legalizar o garimpo, é intenção minha, inclusive para índio. Tem que ter o direito de explorar o garimpo na tua propriedade. A terra indígena é como se fosse propriedade dele”, disse o presidente.

Para a relatora da ONU para os Povos Indígenas, Victoria Tauli-Corpuz. O motivo da tensão no Amapá tem relação com a postura e declarações de Bolsonaro. “Um dos elementos é o fato de que o presidente tem feito anúncios de que terras indígenas podem ser usadas para atividades produtivas. Essa é uma das razões que explica a situação, além dos interesses econômicos sobre essas terras”, disse

O senador pelo Amapá Randolfe Rodrigues (Rede) disse também que o governo de Bolsonaro incentiva invasões de terras indígenas para a exploração de minério, como as denunciadas recentemente por lideranças do povo wajãpi, no oeste de seu Estado, e que estão sendo investigadas pela Polícia Federal e pela Fundação Nacional do Índio (Funai).

“O presidente vem dizendo que existe muita terra para pouco índio e, recentemente, disse que enviaria seu filho para ser embaixador no Estados Unidos para articular a ação de mineradoras em terras indígenas”, diz o senador.

Em nota à imprensa, a Fundação Nacional do Índio (Funai) informou que acionou as autoridades competentes assim que soube da ocorrência, no sábado (27). O órgão indigenista, vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, deslocou uma equipe para o local, considerado de difícil acesso. Equipes da Polícia Federal (PF) e do Batalhão de Operações Especiais (Bope), da Polícia Militar do Amapá, também estão na região para apurar o ocorrido.

Neste domingo, após a chegada de servidores da Fundação, da Polícia Federal e do BOPE, foi aberto inquérito pela PF para apuração da morte de um cacique que foi a óbito na semana passada. Servidores da Funai encontram-se no local e acompanham o trabalho da polícia. Assim que tivermos informações oficiais sobre o caso, atualizaremos”, afirma outro trecho do texto divulgado pela Funai hoje.

A prefeita de Pedra Branca do Amapari (AP), Beth Pelaes (MDB), disse que o Sergio Moro, confirmou que irá acompanhar pessoalmente os desdobramentos da invasão de garimpeiros em terras indígenas da etnia Waiãpi, no Amapá.

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