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Opinião | Condenados e ex-presidiários preparam-se para voltar a dar as cartas na política

Opinião | Condenados e ex-presidiários preparam-se para voltar a dar as cartas na política

Dirceu, Delúbio, Vaccari Neto, Delcídio, Cunha e José Melo prontos para a disputa eleitoral

Deltan diz que STF garantirá “eleições marcadas pela participação de condenados”

Busca de imunidade parlamentar impulsiona candidaturas

Omar Aziz garante que será candidato à reeleição

Forças de segurança detém 50 suspeitos de atear fogos na capital

Bradesco lidera ranking de reclamações no Tjam em 2021

Ex-presidiário

Políticos ligados ao Partido dos Trabalhadores (PT) condenados em diversas operações da Polícia Federal já estão se articulando para voltar à cena pública e querem deixar de ser considerados bandidos.

Eles foram contagiados pela liberdade usufruída pelo ex-presidente Lula (PT), que comemorou muito o arquivamento do processo que o apontava como proprietário do triplex no Guarujá.

Eufórico, o petista disse uma frase que chamou atenção e ao mesmo tempo deixou grandes interrogações:

“Quem era herói está virando bandido, e quem era bandido está virando herói”.

Será?

Empolgados

A popularidade elevada e o bom desempenho em pesquisas eleitorais dão um clima de “já ganhou” entre os petistas e tem incentivado o retorno de outras figuras políticas — que até pouco tempo também se encontravam atrás das grades.

Nomes como José Dirceu, João Paulo Cunha, Delúbio Soares, João Vaccari Neto, Delcídio Amaral, Eduardo Cunha e outros caciques que marcaram os governos do PT, estão prontos para voltar ao protagonismo político em Brasília.

Mensalão

Certamente, José Dirceu é o ex-presidiário mais conhecido do partido. Ele liderava o governo e era apontado como o sucessor natural de Lula (Dilma foi o plano B).

Condenado duas vezes no mensalão (em uma delas, conseguiu absolvição após recurso) e duas vezes pela Lava-Jato, por crimes como corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha e obtenção de ganhos indevidos, Dirceu já foi preso quatro vezes e, diferentemente de seu chefe, não teve as sentenças anuladas — ele ainda pode voltar à prisão após a análise de seus recursos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Suas penas, somadas, resultam em mais de trinta anos de prisão.

No entanto, Dirceu não acredita nessa possibilidade e trabalha para anular suas condenações e retornar ao Congresso Nacional, além do retorno do PT ao poder.

Em 2018, ele já profetizava esse retorno: “Nós vamos retomar o poder”.

Mais mensaleiro

Outro condenado que quer voltar é o ex-deputado João Paulo Cunha. Ele presidiu a Câmara dos Deputados no auge do governo Lula e foi preso por ter participado do escândalo do Mensalão.

Ele já tem até usado a imagem do ex-presidente na sua pré-campanha.

‘Malvado favorito’

Apelidado de “Meu Malvado Favorito” e apontado como o principal responsável pela queda da presidente Dilma Rousseff, o ex-deputado Eduardo Cunha também passou uma temporada preso por conta da operação Lava Jato.

Logo que conseguiu liberdade, o ex-presidente da Câmara lançou um livro “Tchau, querida”, numa clara provocação à frase popularizada no impeachment de Dilma. Ali ele já traçava a estratégia de mídia para voltar à vida pública.

Hoje ele trabalha intensamente nos bastidores para lançar-se candidato a deputado federal por São Paulo. E tem consultado juristas para se municiar de elementos que o permitam entrar na corrida eleitoral, mesmo estando com seus direitos políticos suspensos até 2027, em consequência das condenações da Lava-Jato.

Mudou de lado

Possível apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-senador Delcídio do Amaral mudou de lado de uma maneira radical.

Ele era líder do governo Dilma, mas delatou os presidentes petistas e caiu em desgraça no partido. Hoje, está filiado ao PTB de Roberto Jefferson e se apresenta como conservador.

Delcídio também almeja uma vaga de deputado federal.

Tesoureiros do PT

Dois outros personagens que pretendem voltar com destaque à política ocuparam o cargo de tesoureiro do PT: Delúbio Soares e João Vaccari Neto.

Ambos foram presos pelo crime de lavagem de dinheiro. A meta é se elegerem para a Câmara dos Deputados.

Eles ainda mantêm muita influência dentro do partido e a possibilidade de eleição de Lula abrem portas para as suas campanhas.

Maus Caminhos

No campo local, quem articula o retorno ao cenário político é o ex-governador do Amazonas (2014-2017), José Melo (Pros).

O professor, como é chamado por seus apoiadores, e que teve a chapa cassada sob a acusação de compra de votos, chegou a ser preso pela Polícia Federal em dezembro de 2017, durante a terceira fase da operação “Maus caminhos”, que apurou desvios de verbas e fraudes na Saúde do Amazonas.

Hoje ele busca na justiça meios de disputar uma vaga na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) em 2022, trazendo “uma nova matriz econômica para o estado” como sua principal proposta de campanha.

Imunidade

A última década foi marcada por um número de prisões de políticos atípicas para o padrão nacional — muito impulsionada pela falecida Lava Jato.

A escolha de cargos eletivos federais, como deputado e senador, tem algo em comum, pois esses postos garantem a imunidade parlamentar, que é o que muitos procuram nesse momento.

A convivência com o poder é inebriante e quem já experimentou quer voltar. Diferente da campanha de 2018 — que demonizou os políticos e combateu os envolvidos em atos de corrupção — em 2022 parece que a população esqueceu-se dos crimes e pode levar ao poder novamente condenados pela Justiça.

Beneficiados pelo STF

Ontem (10), o ex-chefe da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol, escreveu no Twitter que as eleições de outubro “serão marcadas pela participação de acusados ou condenados beneficiados pela leniência do STF nos casos de corrupção”.

O ex-coordenador da Lava Jato, alvo de ataques do senador Renan Calheiros(MDB), fala em “regra do tapetão do STF” e cita como beneficiados Aécio Neves, Eduardo Cunha, Beto Richa, Lula, Ricardo Coutinho e outros.

Mudanças nas regras

“Até 2018, a corrupção política, quando parte da propina era investida nas campanhas (caixa 2), era julgada pela Justiça Federal, enquanto o crime de caixa 2 ia para a Justiça Eleitoral. Em 2019, o STF entendeu que nesses casos os crimes de corrupção e caixa 2 devem ser julgados juntos pela Justiça Eleitoral. O STF mudou a regra do jogo e aplicou para o passado, anulando casos que haviam seguido a regra do jogo que valia anteriormente”, afirmou.

Firme e forte

O senador Omar Aziz (PSD) usou as redes sociais ontem (10), para garantir que será candidato à reeleição no pleito de outubro. A afirmação vem após sites locais publicarem notícias de que o parlamentar poderia desistir e se candidatar a deputado federal.

“É triste ver gente acreditando em fake news. Mais deprimente é imaginar que tem gente que ‘sobrevive’ de inventar mentiras para prejudicar outras pessoas. Sou candidato à reeleição e qualquer especulação fora disso é mentira”, disse.

Situação adversa

Por mais que tenha conquistado protagonismo nacional ao presidir a CPI da Covid, em nível local Omar ainda convive com a sombra da Operação Maus Caminhos, que apontou desvios da ordem de R$ 250 milhões na Saúde pública em sua gestão como governador.

As recentes pesquisas, inclusive, apontam o parlamentar como o candidato ao Senado com maior rejeição.

Logo, imaginar que ele vá desistir de disputar a reeleição não é um erro imperdoável para comunicadores que fazem análises políticas.

Segurança Pública

O governador Wilson Lima determinou às forças de segurança do estado, na noite desta quinta-feira (10/02), uma operação para prender suspeitos de envolvimento em atos de apologia ao crime em Manaus.

Até o momento, 50 infratores foram apreendidos pela Polícia Militar do Amazonas (PMAM), Polícia Civil e efetivos da Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM) em diversos bairros da capital, por participação no delito.

‘Camburão’

Em sua conta oficial no twitter, o governador divulgou um vídeo informando que determinou o emprego de todas as tropas para a caçada aos criminosos, que possuem ligações com o tráfico de drogas.

“Péssima noite para a bandidagem. Determinei que todo o efetivo das polícias militar e civil fosse para as ruas para colocar a bandidagem no seu devido lugar: no camburão. Até agora, aproximadamente 50 já foram presos, desses envolvidos nesse showzinho do início da noite. Não vamos permitir que criminosos tirem o sossego da população”, disse.

Além das prisões, as equipes policiais espalhadas pela capital recolheram também fogos de artifício e armas de fogo.

Bradesco na liderança

O Bradesco foi o líder de reclamações dos clientes junto ao Tribunal de Justiça do Amazonas (Tjam) em 2021. O banco teve 44.423 processos registrados no judiciário estadual no ano passado.

A informação foi repassada pelo deputado Serafim Corrêa (PSB), na sessão plenária de ontem (10).

 

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