Opinião | Cubanos saem às ruas clamando por liberdade
Pela primeira vez, após 27 anos, moradores da ilha do Caribe fazem protesto
“Como é bom o socialismo, né?” diz Bolsonaro
Políticos locais se manifestam
Esquerda brasileira se omite diante das manifestações
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Por vacina e liberdade
Insatisfeitos com o colapso no sistema de saúde do país – que em meio à pandemia do coronavírus registra falta de medicamentos e insumos básicos–, e cansados do cerceamento de liberdades individuais, o povo cubano, num ato incomum, saiu às ruas da ilha no último domingo (11) em protesto contra a ditadura comunista, que comanda a nação há meio século e atualmente é liderada pelo presidente Miguel Díaz-Canel.
Além do atendimento precário nos hospitais, há denúncias de que as vacinas Abdala e Soberana, produzidas em Cuba, estariam sendo exportadas para o Irã e Venezuela em detrimento da população local, e que o país tem tido apagões diários de energia elétrica.
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Grito engasgado
Essa é primeira vez, desde 1994, que Cuba registra protestos contra o governo. Aos gritos de “abaixo à ditadura” e “liberdade”, cubanos tomaras as ruas de Havana e outras 30 cidades vizinhas.
Irritado com o que chamou de “máfia cubano-americana”, o presidente Canel convocou os revolucionários para combaterem os protestos.
“A ordem de combate está dada: às ruas os revolucionários”, disse.
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Bolsonaro fatura
Eleito com o discurso de combater o comunismo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) faturou em cima da situação de Cuba e afirmou que o Brasil pode vivenciar a mesma situação da ilha caribenha.
“Como é bom o socialismo, né?”, perguntou em tom de ironia.
“Muita gente acha que a gente nunca vai chegar lá, que a gente nunca vai chegar como na Venezuela. Sabe o que eles tiveram ontem? Borrachada, pancada e prisão. E tem gente aqui no Brasil que apoia, que apoia Venezuela”, disse.
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Políticos locais se manifestam
A crise em Cuba repercutiu entre os políticos do Amazonas. O ex-prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB), que é diplomata, prestou solidariedade ao povo cubano e afirmou que a luta pela democracia vale a pena.
“O regime cubano enfrenta sua maior crise dos últimos 27 anos. A pandemia e a escassez de insumos foram o estopim para que a população fosse às ruas, com gritos de liberdade. Toda minha solidariedade ao povo cubano e desejo muita coragem. A luta pela democracia vale a pena!”, escreveu no Twitter.
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#SOSCuba
O deputado federal Delegado Pablo (PSL) disse que o mundo precisa saber o que está passando em Cuba e indagou as pessoas sobre o perigo do Brasil retornar ao comando da esquerda.
“É ISSO O QUE NÓS QUEREMOS PARA O BRASIL?! A NOSSA BANDEIRA JAMAIS SERÁ VERMELHA!”, afirmou Pablo.
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Comunicação bloqueada
Já o deputado estadual Fausto Jr (MDB) publicou no Instagram um vídeo dos protestos em Havana e destacou que é um momento histórico.
“O acesso à internet, redes sociais e outros meios de comunicação foi limitado e bloqueado. Típica atitude de governos ditatoriais”, afirmou.
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Omissão
Sempre com voz altiva em prol da democracia, a esquerda brasileira, que é em sua maioria simpática à ditadura cubana iniciada por Fidel Castro, Che Guevara e Camilo Cienfuegos, se omitiu diante dos protestos.
Poucos se pronunciaram. O ex-candidato a presidente pelo Psol, Guilherme Boulos, saiu em defesa do governo cubano.
“Cuba teve 1.584 mortes por Covid em toda a pandemia, menos do que qualquer bairro de São Paulo. E tem gente por aqui pedindo SOS para Cuba…”, escreveu no Twitter.
A ex-senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB) classificou como tentativa de golpe reacionária o levante da população cubana.
“O Partido Comunista do Brasil, sua direção e sua militância, mais uma vez se coloca ao lado do povo cubano e sua defesa da Revolução. Rendemos homenagens às suas conquistas, sua resiliência e sua importância histórica para os avanços populares na América Latina.”, afirmou Vanessa.
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