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2º Colapso da Saúde no AM: Governador vive numa bolha e só funciona na base da pressão e da Justiça

2º Colapso da Saúde no AM: Governador vive numa bolha e só funciona na base da pressão e da Justiça

Cento e doze pessoas foram sepultadas em um único dia em Manaus. A marca 286% maior que a média de antes da pandemia foi atingida nesta quinta-feira (7), após quatro meses de registros de aumento no número de internações por covid-19 na cidade.

Vinte e cindo pessoas morreram em casa só nos últimos dias.

As mortes fora do ambiente hospitalar mostram o tamanho do caos na saúde do Estado. Não há mais vagas na rede privada e a rede pública está operando no limite, próxima de 100% de taxa de ocupação de leitos de UTI e leitos clínicos nas duas últimas semanas. A capital amazonense enfrenta a segunda onda da pandemia, iniciando o ano de 2021 na fase mais grave do plano de contingenciamento da doença: a fase roxa, onde a previsão de esgotamento de leitos de UTI ocorrerá nos próximos dias.

A situação ainda é pior no vasto interior do Estado, que não tem nenhuma unidade de terapia intensiva. Mesmo com a longa crise, nenhum novo leito permanente foi criado. O Governo Wilson Lima (PSC) apenas vem remanejando vagas de outros setores, para críticas de setores médicos, e até hospitais em obras recebem pacientes acima da capacidade. As autoridades também já descartaram a construção de novos hospitais de campanha.

Como se não bastasse, ainda há as suspeitas de corrupção envolvendo agentes públicos estaduais que se aproveitam da calamidade pública para desviar e superfaturar remédios, equipamentos e serviços, às custas de vidas.

O segundo colapso de Manaus, nove meses depois da cidade ter chocado o país com imagens de covas e câmaras refrigeradas à espera de corpos em centros médicos, é símbolo de uma gestão despreparada que expõe a falta de compromisso do Governo do Amazonas com a população. Um governo que não aprendeu a lição e pouco fez para evitar essa nova onda de caos e mortes.

Mais uma vez, em toda a cidade, as cenas se repetem: pacientes sendo atendidos sentados no corredor, câmeras frigoríficas que voltaram a ser instaladas nos quatro principais hospitais públicos, ambulâncias percorrendo as unidades de saúde atrás de leitos, aumento da procura por aluguel de cilindros de oxigênio para ter alguma perspectiva de atendimento em casa. Tudo como no primeiro semestre, quando o sistema de saúde da capital amazonense foi o primeiro a colapsar no país.

Ontem o Amazonas chegou a marca dos 1.706 novos casos de Covid-19 em um único dia, totalizando 208.798 casos da doença no estado. Foram confirmados 5.546 óbitos até o momento no Estado, e 200.498 mortes no país.

Felizmente graças a pressão popular, de órgãos de controle e demais poderes, que tomaram para si o protagonismo do combate à pandemia, o número de vítimas e mortes não foi maior. Sim, poderia ser muito maior. Ou pior, ainda pode…

A Assembleia Legislativa do Amazonas aprovou uma emenda destinando R$ 50 milhões para a compra de Vacina, o governo federal enviou remédios, respiradores e milhões em recursos e a justiça chamou a responsabilidade e impôs medidas restritivas.

Vale lembrar que, até o presente momento, o Estado ainda não apresentou um plano de imunização. Esse plano foi cobrado publicamente há 25 dias pela Defensoria Pública, além das cobranças feitas por deputados estaduais.

Recentemente o governador Wilson Lima afirmou em entrevista que o estado era referência no combate à pandemia, chegando a comparar os hospitais do Amazonas ao Sírio Libanês e ao Albert Einstein, em São Paulo. Entretanto em outra entrevista afirmou que o Estado não tinha recursos para a compra de vacinas. Um absurdo, pois sabemos que o Governo do Amazonas fechou dezembro de 2020 com R$ 3,7 bilhões acima da receita estimada, segundo dados levantados pela Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Amazonas.

Vale lembrar também que o Governo gastou R$ 1,5 milhão em árvore de natal e decorações e R$ 1,6 milhão em patrocínio para o Peladão 2020. Esse dinheiro poderia ter sido destinado à saúde e poderia ter salvado muitas vidas.

E tem mais, às vésperas do Natal e Ano Novo, sem dialogar com as entidades empresariais e demais poderes, o governador impôs um lockdown, levando ao desespero milhares de comerciantes, empresários e trabalhadores.

O lockdown, da forma que foi feito, foi mais um tiro no pé. O povo foi às ruas e houve reação da classe empresarial que impôs o retorno das atividades comerciais no fim de ano e contrapartidas para dirimir os danos econômicos. Toda essa pressão, somando forças com órgãos de controle e demais poderes fizeram o governo gastar mais na saúde e se mexer. E repentinamente surgiram R$ 150 milhões para a compra das benditas vacinas. É bom ficar de olho nesse recurso.

A situação do Amazonas continua muito é ruim, a ponto da atual gestão colocar a culpa pela nova onda da pandemia nas costas da população. Uma realidade paralela de quem vive dentro de uma bolha, inflada por falsos profetas e interesses de grupos empresariais, que há dois anos está à deriva e a cada dia mais próximo de naufragar.

Salve-se quem puder e que Deus nos proteja.

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