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Em quatro anos, vereador Rodrigo Guedes sai de zero para mais de R$ 800 mil em bens

Opinião | Em quatro anos, vereador Rodrigo Guedes sai de zero para mais de R$ 800 mil em bens

Parente de parlamentar tem contratos milionários com a Prefeitura desde 2016

Whindersson Nunes pede e Wilson Lima libera Teatro Amazonas para humorista fazer show

Marcelo Ramos faz festa de aniversário e promove “aglomeração do bem”

Presidente da CPI da Covid, Omar Aziz, participa do festejo

Ascensão invejável

O vereador de Manaus, Rodrigo Guedes (PSC), saiu de R$ 0 em bens declarados para R$ 845.221,37 em apenas quatro anos, segundo sua prestação de contas de campanha.

O parlamentar poderia ser considerado um dos raros casos de sucesso financeiro meteórico, não fosse um pequeno detalhe: a relação de sua família com o Poder Público.

Laços milionários

Guedes é parente do proprietário da empresa Mamute Conservação, Construção e Pavimentação Ltda, que tem contrato com a Prefeitura de Manaus para prestação de conservação e limpeza pública nas vias, logradouros e bens públicos no valor de R$ 62,3 milhões.
Esse contrato foi assinado na gestão do ex-prefeito Arthur Neto (PSDB), em 2016, e vem sendo renovado desde então.

Relação íntima

Rodrigo Guedes tem uma relação íntima com o ex-prefeito, e é amigo de Arthur Bisneto. Ele foi, inclusive, nomeado subsecretário de Juventude na extinta Secretaria Municipal de Desporto e Lazer (Semdej), em 2013, e exerceu a função tanto no primeiro quanto no início do segundo mandato do tucano.

Em 2018 foi agraciado por Arthur como gestor do Procon Manaus, assim como a Ouvidoria Geral do Município, chegando ter renda bruta mensal de R$ 31.416,67.

Imbróglio judicial

Conforme publicou o Jornal A Crítica em 2016, o contrato entre a Prefeitura de Manaus e a empresa Mamute foi suspenso por liminar da justiça, sob acusação de favorecimento em licitação pelo então prefeito.

No entanto, o contrato acabou sendo homologado pela, à época desembargadora, Encarnação Salgado, investigada e afastada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por venda de sentenças.

Relação empresa e política

No ano do primeiro contrato da Mamute com o Poder Público, em 2016, Rodrigo Guedes foi candidato a vereador pelo PSDB tendo 4.356 votos. Ele ficou como suplente e gastou naquele pleito R$ 118.912,03.

Quatro anos depois, gastando R$ 218.834,00, conseguiu uma das 41 cadeiras da Câmara Municipal de Manaus (CMM) ao ter 4.885 votos.

Teatro liberado

Após ter o título de cidadão amazonense aprovado pela Assembleia do Amazonas (Aleam), o humorista Whindersson Nunes foi ao Twitter pedir para gravar um show no Teatro Amazonas.
A solicitação foi prontamente aceita pelo governador Wilson Lima:

“Tá liberado, Whindersson! É só marcar dia e horário. O povo do nosso estado abre as portas do Teatro Amazonas com muita alegria para você!”, afirmou o governador, na mensagem.

Aglomeração do bem

Crítico ferrenho da condução de Jair Bolsonaro (sem partido) na pandemia, sobretudo por promover aglomerações, o vice-presidente da Câmara, deputado Marcelo Ramos (PL-AM) fez exatamente aquilo que condena no presidente.

No último sábado (28), o parlamentar reuniu familiares, amigos e políticos em uma megafesta de aniversário com direito a apresentações dos Bois de Parintins e, claro, muita aglomeração sem uso de máscara.

Sem vergonha

E ao que parece, o parlamentar esqueceu-se do discurso afiado sobre o perigo do vírus, já que ele mesmo fez questão de dar publicidade à festa nas redes sociais.

Internautas criticaram a postura do parlamentar.

“A hipocrisia do ‘Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço!’”, afirmou um internauta antes ter o comentário apagado nas redes sociais de Marcelo Ramos.

Convidado VIP

Um dos convidados vips da “balada” foi o senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI da Covid, que assim como Marcelo Ramos, também vive vociferando contra Bolsonaro e seus aliados por conta da pandemia e aglomerações.

A festa também contou com secretários de estado, deputados e vereadores.

 

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