Opinião | Solidariedade de Ricardo Nicolau oficializa apoio a Lula
Pré-candidato ao Governo do Amazonas não participou do evento
Deputado federal e presidente estadual da sigla, Bosco Saraiva também é ausência na ‘festa’
Alinhados com o ex-presidente, Omar Aziz e Marcelo Ramos prestigiam solenidade
‘Esse pleito tem dois lados: o da democracia e o da barbárie’, diz senador
David Almeida grava vídeo afirmando que usou vermelho, mas não é petista e não vota em Lula
Bancada federal se reúne com ministro Alexandre de Moraes e sai otimista
Encontro tratou sobre o decreto do IPI que fere a Zona Franca de Manaus
R$100 mil: Prefeitura de SP bancou ‘showmício’ de Daniela Mercury pró-Lula
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Apoio oficial
O Solidariedade oficializou ontem (3), em evento em São Paulo, o apoio oficial à candidatura de Lula (PT) à presidência da República.
A sigla se junta ao PCdoB, PV, Rede, Psol e PSB na chamada ‘frente democrática’ contra o presidente Jair Bolsonaro (PL).
O partido é presidido no Amazonas pelo deputado federal Bosco Saraiva e tem o deputado estadual Ricardo Nicolau como pré-candidato ao Governo do Amazonas.
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Pegaram falta
Os dois políticos, no entanto, não participaram do evento do partido e colocam em xeque o apoio ao petista em nível local.
Há duas semanas, Nicolau informou ao Direto ao Ponto que o Solidariedade iria definir sobre o posicionamento da sigla no estado. O diretório nacional, por sua vez, afirmou que haveria uma reunião no último dia 28 de abril para deliberar sobre o tema junto aos presidentes dos diretórios estaduais, no entanto, a reunião não aconteceu e o impasse permanece.
Ao que tudo indica, nem Nicolau nem Bosco têm inclinação a fazer palanque para Lula e não há, também, uma certeza se o apoio em nível nacional obrigatoriamente se estenderá aos estados.
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Lulistas
Se Ricardo Nicolau e Bosco Saraiva não têm certeza sobre o apoio a Lula, o senador Omar Aziz e o deputado federal Marcelo Ramos, ambos do PSD, já são aliados declarados do ex-presidente.
Mesmo antes do PSD definir se terá candidato próprio ou se irá apoiar algum dos postulantes, a dupla já fechou com Lula. E por onde o petista vai, sempre que podem, eles vão atrás.
De igual modo, assim como Lula, sempre que é possível os dois fazem críticas ao Governo Federal e a Jair Bolsonaro.
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Democracia X barbárie
Por falar em Omar — para marcar presença e fazer aquela ficela com Lula no evento em São Paulo — o senador pelo Amazonas fez questão de publicar nas redes sociais o encontro que teve com o petista.
A foto postada mostra ambos se olhando nos olhos em uma conversa reservada. Na legenda, Omar afirmou que esta eleição tem dois lados: o da democracia e o da barbárie.
“As pessoas sabem comparar o que foram esses quatro anos do Bolsonaro e os anos do governo Lula e como a vida da população era melhor quando o Lula governava”, afirmou Omar em tom quase que de militante petista.
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Lula não
Enquanto uns fazem muita questão, outros não querem nem acordo.
E um deles é o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), que ontem (3), um dia após elevar o tom nas críticas ao governo federal — sobretudo ao ministro da Economia, Paulo Guedes — gravou um vídeo deixando claro que não é de esquerda, nem petista e não vota no Lula.
“Peço desculpas a todos pelo meu pronunciamento em um vídeo de grande repercussão. Sou eleitor do Bolsonaro, quero votar em Bolsonaro, porém da forma que está não dá para apoiá-lo em função de tudo que está acontecendo com os empregos da Zona Franca de Manaus. Quero dizer também que estava de vermelho e teve até uma repercussão. Não sou da esquerda, não apoio a esquerda, não apoio o PT, não voto no PT e não voto no Lula”, declarou o prefeito.
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Reunião
Parte da bancada federal do Amazonas participou, na tarde de ontem (3), na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de uma reunião com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
A pauta foi o decreto federal que reduziu para 35% a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) no Brasil, decisão que coloca em risco a competitividade do modelo Zona Franca de Manaus.
O magistrado, vale lembrar, foi sorteado como relator de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) ingressada pelo partido Solidariedade em favor do Polo Industrial de Manaus (PIM).
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Otimismo
Na ocasião, os senadores Omar Aziz (PSD), Eduardo Braga (MDB) e Plínio Valério (PSDB), além dos deputados federais Marcelo Ramos (PSD), Bosco Saraiva (Solidariedade), Sidney Leite (PSD) e José Ricardo (PT), explanaram a Alexandre de Moraes sobre a importância econômica e social da ZFM — não só para Manaus, mas para municípios do interior do Estado — e trataram também da questão jurídica, uma vez que os incentivos fiscais ao modelo são resguardados pela Constituição Federal.
O clima entre os políticos após o encontro era de otimismo.
“Saímos esperançosos da reunião com o ministro Alexandre de Moraes. Expusemos a realidade e ele se mostrou sensível à catástrofe social que ocorrerá se não houver salvaguarda para a Zona Franca”, observou Plínio.
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Showmício
Daniela Mercury recebeu R$ 100 mil da Prefeitura de São Paulo para fazer o show do Dia do Trabalhador, no domingo passado, na praça Charles Miller. No evento, a cantora levantou a bandeira do PT, declarou voto a Lula e puxou o coro da plateia em defesa da candidatura do petista.
Antes da artista, o próprio ex-presidente discursou no local, por volta das 15h50. Lideranças sindicais e outros políticos, como José Dirceu, Fernando Haddad, Guilherme Boulos e Gleisi Hoffmann também participaram do ato, que reuniu algumas dezenas de pessoas.
A lei eleitoral proíbe “a realização de showmício e de evento assemelhado para promoção de candidatos”, assim como apresentação “remunerada ou não” de artistas para animar comícios e reuniões eleitorais.
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