Opinião | 45 anos da BR-319: Manter a rodovia abandonada é um crime e uma irresponsabilidade
Ex-ministros Arthur Virgílio (FHC), Alfredo Nascimento (Lula), Eduardo Braga (Dilma) não conseguiram articular a BR-319
Bolsonaro, generais e coronel ainda na promessa do: “Integrar para não Entregar”
Mais de meio bilhão em gastos com manutenção e estudos de impacto ambiental
Há décadas a BR-319 sofre com abandono e falta de manutenção.
A estrada, que foi inaugurada no dia 27 de março de 1976 pelo governo militar para integrar a Amazônia ao restante do Brasil, ainda não conseguiu cumprir seu papel.
Após décadas de espera, a população do Amazonas mantém o sonho de ver a BR-319 totalmente recuperada e trafegável.
Planos de recuperação
A promessa de recuperação da BR-319 passou pelos governos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Luís Inácio Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff. O atual presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) também prometeu asfaltar a rodovia.
Por falta de vontade política ou de articulação, o fato é que de lá pra cá, o Amazonas já teve ministros e pessoas de extrema confiança em todas essas gestões, já foram gastos milhões em estudos e manutenção, e até agora nem sinal da BR-319.
Arthur Virgílio (FHC)
Em 1996, o então presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) incluiu a recuperação da rodovia no seu plano estratégico Brasil em Ação, mas o projeto nunca saiu do papel.
Arthur foi um dos líderes do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) na Câmara e foi Ministro-Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, mas não conseguiu usar esse prestigio para ajudar a BR -319.
Alfredo Nascimento (Lula)
Coube ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva separar R$ 697 milhões para reabrir a rodovia, um investimento anunciado em 2007 como parte dos R$ 500 bilhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) até 2010.
Há época, o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento (PL), foi um dos principais defensores da reabertura da estrada, que ele advoga desde a sua primeira passagem pela pasta, em 2005, mas também não teve êxito.
Eduardo Braga (Dilma)
Ainda como pré-candidata à Presidência da República, a ministra da Casa Civil Dilma Rousseff chegou a ir em Humaitá (AM), onde reforçou a promessa e o compromisso do governo Lula de asfaltar a BR-319.
O encontro contou com a presença do principal apoiador há época, o governador do Amazonas, Eduardo Braga. Que na sequencia se elegeu senador e virou ministro de Minas e Energia no governo Dilma.
Braga também não fez valer seu prestígio e amizade com Dilma e o governo PT para asfaltar a BR-319.
Generais e Coronel (Bolsonaro)
O presidente Jair Bolsonaro também prometeu asfaltar a BR-319. Entre seus homens de confiança e em seu primeiro escalão existem militares amazonenses e generais que já passaram pelo Comando Militar da Amazônia (CMA), e sabem a importância estratégica da região e da rodovia.
Os generais Augusto Heleno e Eduardo Villas Boas, são ex-comandantes do CMA. Um é atual ministro-chefe do Gabinete da Segurança da Presidência, o outro é ex-comandante do Exército e conselheiro do presidente.
Também temos o general amazonense e ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello e o amigo de longas datas e ex-superintendente da Suframa, Coronel Alfredo Menezes.
O Amazonas ainda vive a expectativa dessa promessa se concretizar e torce para que o famoso jargão militar desenvolvimentista para a Amazônia, “Integrar para não Entregar”, não sejam apenas palavras vazias.
Mais de meio bilhão em gastos
Mais uma vez as obras da BR-319 seguem suspensas por conta da Justiça Federal.
Já foram gastos com a manutenção e reformas da rodovia mais de R$ 500 milhões, em uma década, e outros R$ 100 milhões já foram gastos em estudos de impactos ambientais.
Além disso, quantas vidas teriam sido salvas se a BR-319 estivesse trafegável?! Foi preciso um esforço extraordinário para trazer oxigênio pela Rodovia durante a segunda onda do Covid-19, no Amazonas.
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