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Opinião | Chances de guerra com a Venezuela

O anúncio do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, de que fecharia a fronteira com o Brasil, com o envio das forças armadas do país para a zona fronteiriça, causou certa apreensão aos brasileiros. A tensão ficou ainda maior depois que três pessoas foram mortas e outras 42 ficaram feridas em um conflito próximo à fronteira Brasil/Venezuela, entre indígenas e militares venezuelanos.

Especialistas consultados pelo Direto ao Ponto apontam que são remotas as possibilidades de uma guerra com o país vizinho. Na avaliação deles, o governo brasileiro tem adotado uma postura “prudente” em relação ao conflito com Maduro.

Muito dessa “prudência” se dá pelo fato do Brasil não estar efetivamente preparado em caso de uma eventual guerra.

Grupo de Lima

O Grupo de Lima foi criado em 2017 por iniciativa do governo peruano com o objetivo de pressionar para o restabelecimento da normalidade na Venezuela. Além do Brasil e do Peru, mais 11 países integram o grupo – Argentina, Canadá, Colômbia, Costa Rica, Chile, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Panamá e Paraguai.

O Brasil está entre os países que não reconhecem o mandato presidencial de Nicolás Maduro e consideram que o líder opositor Juan Guaidó é o presidente interino da Venezuela, que se autodeclarou presidente em janeiro.

Coalizão

Representantes do Brasil, EUA e Colômbia discutem nesta segunda-feira (25), a possibilidade, mesmo que pequena, de declarar guerra contra a Venezuela, com o intuito de derrubar o presidente Nicolás Maduro.

O Brasil será representado pelo vice-presidente General Mourão e pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.

Opções na mesa

O presidente da Assembleia Nacional e autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, disse que os países anti-Maduro devem colocar todas as opções na mesa, isto é, até mesmo uma possível invasão militar.

A reunião que acontece hoje em Bogotá contará com a presença do vice-presidente dos EUA, Mike Pence, no denominado “Grupo de Lima”, a quem Nicolás Maduro classifica de grupo terrorista.

Brasil vs Venezuela

Em uma comparação puramente numérica, as Forças Armadas brasileiras têm um contingente maior de soldados, mas isso não basta.

De acordo com o Military Balance, um atlas publicado pelo think tank britânico International Institute for Strategic Studies, o Brasil tinha em 2016 cerca de 350 mil combatentes, espalhados entre o Exército, a Marinha, a Força Aérea e a Força Naval. Já o regime de Maduro tinha, no mesmo ano, 207 mil soldados.

Efetivo não garante uma vitória

Na guerra é sempre mais fácil defender do que atacar. E mesmo com maior número de soldados, o Brasil perde em quantidade e potência dos equipamentos.

Hoje, a Venezuela possui a melhor defesa aérea da América do Sul, com sistemas de longa distância de mísseis russos terra-ar S-300 VM complementados pelos de médio alcance Buk, além de lançadores manuais para proteção pontual Igla-S.

Brasil sem defesa

Os radares do sistema venezuelano são poderosíssimos e criam um raio de 300 km de exclusão aérea, atingindo os aeroportos de Boa Vista e Manaus.

Na prática deixaria todo o espaço aéreo correspondente vulnerável, transformando qualquer avião ou helicóptero em um alvo, seja ele civil ou militar.

Mesmo que o Brasil seja um país tradicionalmente pacífico, devemos investir na segurança de nossas fronteiras que se mostram extremamente vulneráveis.

Sem tradição

O Brasil não tem a tradição de se envolver em guerras. A Venezuela, ao contrário, sempre teve forte presença do Exército e da Guarda Nacional Bolivariana na defesa da soberania.

Se o Brasil resolver invadir a Venezuela, as consequências serão desconhecidas. O custo da decisão seria altíssimo em termos econômicos e humanos.

Que sirva de lição

A atual crise na fronteira do Brasil serviu para mostrar ao povo brasileiro o quão vulnerável estaríamos em caso de um iminente ataque à nossa soberania.

Além disso, mostra como as fronteiras brasileiras se encontram desguarnecidas, por descaso de governos passados e falta de investimento em efetivo policial e militar.

Reação

Para a pesquisadora de relações internacionais na Universidade Estadual de São Paulo, Carolina Pedroso, um conflito armado só aconteceria a Venezuela, por exemplo, cortasse o fornecimento de energia elétrica de Roraima ou se ataques como os dessa sexta viessem a se repetir.

Cenário de guerra em Pacaraima

O diretor do hospital Délio Tupinambá, único na cidade de Pacaraima, descreveu a situação na unidade que tem recebido os venezuelanos feridos: “É um cenário de conflito, de guerra. O clima que estamos percebendo aqui, é o de guerra”, disse ao G1.

O governador Antônio Denarium (PSL) decretou estado de calamidade em Roraima e afirmou: “não há mais espaço para atender as vítimas”.

Zoeira

Mais uma vez a haste de metal, que teria como finalidade formar um espelho d’água, monumento localizado na rotatória do Mindu no Parque Dez, inaugurado na gestão do ex-prefeito Amazonino Mendes, foi alvo de piada nas redes sociais.

Para os internautas, agora teria sido revelado a real utilidade daquele “elefante branco”. Na palavra dos internautas: “É na verdade um “canhão”, principal arma de defesa do Brasil contra a Venezuela”.

Não foi

Apesar da expectativa gerada entre foliões e amantes da banda da Bica, que aconteceu no sábado magro de Carnaval, o governador Wilson Lima (PSC) não compareceu. Ele havia garantido em um vídeo que iria à banda carnavalesca após a polêmica abordagem de uma blitz policial nos ensaios da confraria.

Banda tradicional

O tema da Bica (Banda Independente da Confraria do Armando), que acontece anualmente na rua Dez de Julho, no Centro de Manaus, se referia num tom não muito ameno ao governador, que é do Pará, fazendo uma associação ao senador Eduardo Braga (MDB), também paraense.

Hostilidade

Nos bastidores, a justificativa pela sua ausência era devido a uma ameaça de vaias e hostilidades por parte dos foliões. Como diz o ditado: o seguro morreu de velho.

E por falar em Wilson

O governador também foi alvo de críticas neste fim de semana ao aparecer ao lado do deputado federal Capitão Alberto Neto (PRB) numa postagem nas redes sociais.

Seguidores e eleitores de Alberto Neto, possível candidato à prefeitura de Manaus em 2020, o aconselharam a ficar longe de Wilson, que, segundo eles, até agora não mostrou a que veio e, ainda sugeriram que o governador visitasse mais os hospitais da cidade, por exemplo.

Bastidor tenso

O fim de semana no meio político foi movimentando, após o deputado estadual Wilker Barreto (PHS) ter sido barrado no Hospital 28 de Agosto quando tentava fazer nova visita à unidade hospitalar.

Hospital se manifesta

Após o impasse, a unidade emitiu nota afirmando que houve um mal-entendido em relação ao fato, mas não explicou concretamente o porquê de ter barrado a entrada do parlamentar. Disse ainda que a direção do hospital preza pela transparência e que está à disposição tanto de Wilker quanto dos demais parlamentares.

Assembleia também

Em apoio a Wilker, a Assembleia Legislativa também emitiu nota em favor do deputado e repudiando a medida do Hospital 28 de Agosto e cobrou um posicionamento mais firme por parte da Secretaria de Estado da Saúde (Susam) em relação ao ocorrido.

Poderes independentes

Ainda na nota, a Assembleia ressalta que os poderes são harmônicos e recordou que a Constituição do Estado, em seu artigo 28, aponta que uma das competências do Poder Legislativo é fiscalizar e controlar os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta.

 

 

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