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Opinião | O fim da Lava Jato é uma derrota para o Brasil

Opinião | O fim da Lava Jato é uma derrota para o Brasil

Senador Eduardo Braga é beneficiado com o fim da Lava Jato

Plínio Valério defende força tarefa e quer aprovação de prisão em 2ª instância

A maior e mais bem-sucedida operação de combate à corrupção do Brasil recebeu seu golpe fatal nesta semana, e foi dissolvida por decisão do procurador-geral da República, Augusto Aras.

Depois de 7 anos e 79 fases de operações, que colheram materiais e provas que embasaram 130 denúncias contra 533 acusados, a força-tarefa da Lava Jato chegou ao fim.

Enfraquecida

As investigações até continuarão, mas muito enfraquecidas: os procuradores serão incorporados ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPF paranaense, mas poucos seguirão com os casos do petrolão.

Entrou para a história

A Lava Jato investigou o maior escândalo de corrupção da história do país, montado pelo governo petista com a participação de partidos do centrão e de empreiteiras, para sangrar estatais e alimentar um projeto de poder.

Foram 278 condenações atingindo 174 pessoas, cujas penas, somadas, são de 2.611 anos.

Os 226 acordos de colaboração resultaram em compromissos para a devolução de R$ 15 bilhões, dos quais R$ 4,3 bilhões já retornaram aos cofres públicos ou da Petrobras.

Lentidão

Se mais não houve, foi porque os investigados têm tido a vida facilitada pela inaceitável lentidão, tanto da PGR quanto do STF, responsável pelos julgamentos – que até hoje, só condenou três réus da Lava Jato.

Fim melancólico

O fato é que a Operação já vinha sofrendo uma série de reveses. Depois de tantos anos de vitórias no combate à corrupção, a Lava Jato passou a ser derrotada por decisões do Supremo e, ao mesmo tempo, pelo “fogo amigo” do MPF e do presidente da República.

O fim parecia inevitável.

Derrota para o Brasil

O fim da força-tarefa da Lava Jato é uma derrota para o Brasil, não apenas pela importância das investigações do petrolão, mas porque este é mais um ato de destruição do combate à corrupção no país.

Com todo o arcabouço legal e jurídico que está sendo montado – Lei de Abuso de Autoridade, decisões do STF e de conselhos como o CNMP –, pode não tardar até que os corruptos estejam todos livres enquanto aqueles que agiram dentro da lei estejam no banco dos réus.

Uma inversão que destruiria qualquer esperança de um Brasil melhor e sem corrupção.

Passos de tartaruga

Quem deve ser beneficiado com o fim da força tarefa é o líder do MDB, senador Eduardo Braga, investigado por ter recebido repasses ilegais da JBS em um valor que pode chegar a R$ 40 milhões.

A denúncia, que já andava a passos de tartaruga, vai praticamente parar.

Entrou para a história

Em entrevista exclusiva ao Direto ao Ponto, o senador Plínio Valério (PSDB) se mostrou perplexo com a atitude do procurador-geral.

“Discordo plenamente. A Lava Jato foi histórica, o Brasil é antes e depois da Laja Jato. Ela foi a prova que os ricos e poderosos também podem ser presos e encarcerados.”

‘Eu defendo a Lava Jato’

O senador acredita que exista um movimento para acabar com a Lava Jato, que vem de cima, de integrantes do Supremo e do governo federal.

Plínio também lembrou que existem políticos que defendem a Lava Jato, como ele e integrantes do Muda Senado.

E encerrou a entrevista afirmando que é a favor da prisão em segunda instância, que está lutando para destravar a PEC no Senado e que quer acabar com a farra dos que tem dinheiro para pagar bons advogados para não ir para a cadeia.

Amnésia

Falando em prisão em segunda instância, nem ela e nem o fim do foro privilegiado constam no rol das 35 prioridades de Jair Bolsonaro enviadas ao Congresso.

Lembrando que Bolsonaro usou essas duas pautas de combate à corrupção para se eleger. Mas, infelizmente, virou as costas para o Brasil vendendo a alma para o Centrão em busca da reeleição.

Venceu o velho ditado: ‘Uma mão lava a outra.’

 

 

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