Opinião | Sergio Moro: As moscas não venceram
O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, fez uso de sua coluna na Crusoé, publicada nesta sexta-feira (17), para advogar em prol da luta anticorrupção no país.
Moro inicia o texto com uma anedota de Piercamillo Davigo, italiano que era procurador na época da Operação Mãos Limpas e que ajudou a desvendar e punir escândalos de corrupção no país europeu na década de 90. A história do procurador ilustra a vitória do Fascismo no país, em que “as moscas venceram”.
Senhor das moscas
O ex-juiz também menciona na coluna a obra de William Golding “O Senhor das Moscas”, que retrata como, ao se encontrarem encurralados e sem perspectiva, um grupo de meninos começa a idolatrar uma figura fictícia e cometer sacrifícios por ela. A simbologia não poderia ser mais clara.
O ex-ministro criticou então os ataques à Lava Jato, mas afirmou que “as moscas ainda não venceram, apesar da agenda anticorrupção ter sofrido alguns reveses desde 2018, o que não deixa de ser surpreendente em vista das promessas eleitorais do novo governo”.
Prisão em 2ª Instância
Moro mencionou a revisão da condenação em segunda instância, “algumas medidas legislativas inconvenientes – que poderiam ter sido vetadas pelo Executivo – e interferência em órgãos de controle geraram um ambiente de frustração e desestímulo no combate à corrupção.”
O ex-juiz parece ainda não ter perdido toda a fé no governo Bolsonaro – ou apenas espera não precisar colocar-se na linha de frente em 2022 -, ao afirmar que haverá oportunidades para recuperar a agenda anticorrupção, entre elas, a retomada da prisão após condenação em segunda instância.
Teste
“Será um teste moral para o país e será importante olhar os detalhes, especialmente se a regra valer ou não para os processos pendentes, o que é essencial para evitar a impunidade de crimes pretéritos, como desvio identificados na Lava Jato e mesmo no financiamento de ações contra a pandemia do Covid-19”, escreveu o ex-juiz.
Apesar das possíveis crenças ilusórias relacionadas à retomada da luta contra a corrupção pelo governo Bolsonaro, Moro demonstra-se mais incisivo em suas críticas.
Relatório Final
Ontem (16) o relatório final sobre a intervenção feita pelo Executivo no Sistema de Transporte Coletivo de Manaus foi oficialmente entregue à 8ª Comissão de Transporte, Mobilidade Urbana e Acessibilidade da Câmara Municipal de Manaus (COMTMUA/CMM).
O teor do documento foi analisado preliminarmente pelos vereadores e representantes da prefeitura, durante reunião virtual, dirigida pelo presidente da comissão, Rosivaldo Cordovil (PSDB).
Pontos detectados
Pontos como a falta de melhorias na frota – que é uma das exigências para a renovação dos contratos com as empresas – a concorrência com o aumento dos serviços oferecidos pelos transportes por aplicativos, além das fraudes detectadas no sistema de gratuidade das passagens, foram destacados pelos participantes.
Ao comprovar a situação difícil em que se encontra o transporte coletivo na capital amazonense, o relatório também aponta para a necessidade de melhorias em todo o sistema.
Melhorias
Entre as principais estão o subsídio mantido na meia-passagem aos estudantes, a gratuidade da passagem às pessoas com deficiência e as obras de mobilidade urbana, materializadas no recapeamento de ruas e avenidas, construção de passagens de nível e revitalização dos terminais rodoviários. Medidas estas, que foram ressaltadas durante a reunião, que a prefeitura já antecipou.
Novos ônibus
Durante a reunião, o presidente do Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU), Francisco Bezerra, comunicou que mesmo com as dificuldades, a intervenção junto às empresas deve fazer com que Manaus receba até 300 novos ônibus, ainda este ano.
In Loco
O secretário municipal de Articulação Política, Luiz Alberto Carijó, aproveitou a deixa para sugerir que uma pequena comissão, com a presença de três vereadores, no máximo, possa visitar uma das fábricas, no Rio de Janeiro, onde os veículos são preparados para aportar em Manaus.
Rosivaldo Cordovil informou que levará a proposta ao conhecimento do presidente da CMM, Joelson Silva (Patriota). “Vamos verificar isso, para ver de que forma fazer essa visita in loco às empresas’, disse Rosivaldo.
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