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Parlamentares do Amazonas divergem sobre voto impresso e proposta deve ser derrubada em plenário

Parlamentares do Amazonas divergem sobre voto impresso e proposta deve ser derrubada em plenário

O Governo Federal deverá sofrer mais uma derrota na votação em que o plenário da Câmara vai decidir se torna obrigatório o voto impresso no Brasil, a principal bandeira do presidente Jair Bolsonaro, que inclusive hoje, disse ao repórter da rádio Brado, de Salvador (BA), sobre a chance de a proposta passar no Congresso e descartou qualquer chance de aprovação.

Partidos declaradamente contrários à proposta somam 330 deputados, aponta um levantamento feito pelo Globo com dirigentes e líderes das legendas com assento na Casa. Na bancada federal do Amazonas, o voto impresso divide opiniões e parlamentares têm demonstrado suas opiniões por meio das redes sociais. Dos oito deputados federais, quatro são contra a proposta de mudança e vão seguir o voto contrário no plenário.

Os deputados federais que se mostraram contra o voto impresso são Marcelo Ramos (PL), Zé Ricardo (PT), Sidney Leite (PSD) e Bosco Saraiva (Solidariedade). Já Capitão Alberto Neto (Republicanos), Delegado Pablo (PSL) e Silas Câmara (Republicanos) se mostraram a favor. O Direto ao Ponto não conseguiu contato com Átila Lins (PP) acerca de como votará no plenário.

Dos representantes do Amazonas, o vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL), afirmou que esta semana a PEC será derrubada de forma acachapante.

“A tal PEC do voto impresso será derrubada de forma acachapante e vamos virar a página pra discutir temas que mudem a vida dos brasileiros garantindo vacina no braço, emprego e comida no prato”, escreveu o parlamentar em sua rede social.

Zé Ricardo (PT) contou ao Direto ao Ponto, que a proposta é inconstitucional, porque atinge a Constituição Federal quanto ao voto secreto e não resolve problema algum.

“Até porque a urna eletrônica, ao longo desses 20 anos de implementação no país, até agora, não mostrou problemas com relação à apuração. E temos que tratar de coisas mais importantes para o País, tanto a Câmara, o Congresso de um modo geral, quanto o Governo. Sou contrário a essa proposta, pois temos que cuidar do Brasil e da vida do povo, e não ficar com essa ‘cortina de fumaça’, desviando dos vários problemas atuais e inventando essa questão do voto impresso”, disse Zé.

Já o deputado Sidney Leite (PSD) afirmou é a favor de tudo aquilo que possa inibir a corrupção.

“Sou a favor do voto auditável, mas sobre o voto impresso, nós já vimos que isso era a pior coisa que nós tínhamos de corrupção. Temos histórias de candidato que dormiu eleito e acordou derrotado, faltando pouca coisa para ser apurado. Isso é inaceitável, nós não podemos retroceder. Ainda mais em um momento como esse em que muito se fala de fraude, mas sem nenhuma comprovação”, explicou o parlamentar que disse a urna eletrônica já nos dá transparência e segurança, mas voto impresso não.

“Sou contra a proposta do voto impresso e a favor da lisura e da transparência do voto. Dizer que o voto impresso vai garantir a auditoria do voto é um erro. Pelo contrário, o voto impresso abriria mais brechas para a corrupção eleitoral”, concluiu.

Confiança nas urnas

Bosco Saraiva (Solidariedade), único parlamentar do Amazonas que participou da derrubada do voto impresso na comissão especial na Câmara, salientou ao Direto ao Ponto que seu partido, através do diretório nacional, fechou questão contra o voto impresso.

“O partido tem plena confiança no atua sistema de votação implantado no Brasil, com as urnas eletrônicas, no programa e no formato que atualmente é realizado. Uma vez que, desde 1996 nunca se registrou, um único fato concreto de fraude nas eleições”, falou Bosco.

O parlamentar ainda explicou que a proposta do voto impresso derrubado na Câmara no último dia (5) na comissão, não era sobre o voto aditável, mas era de apuração, exclusivamente manual, voltando a uma situação piro do que era antes de 1996.

“O meu partido, assim como eu, mantemos a posição contraria contra o voto impresso, por acreditar que nós temos que avançar na segurança do voto dentro do campo eletrônico. Jamais regredir para o voto impresso com apurações e fraudes, uma triste lembrança para o Brasil”, finalizou.

Base do governo é favorável

Favorável à medida, o deputado capitão Alberto Neto (Republicanos), da base governista, justifica que imprimir o comprovante do voto na urna irá “combater a invasão de hackers no sistema eleitoral e garantirá mais transparência às eleições do país.

“O parecer da PEC do voto auditável foi rejeitado na Comissão Especial. Perdemos a batalha, mas não a guerra. Continuamos batalhando para levar a PEC ao Plenário da Câmara, para que o povo possa julgar e pressionar seu deputado sobre a transparência no processo eleitoral do Brasil”, escreveu Alberto Neto em sua rede social

Embora os parlamentares deputado federal, delegado Pablo (PSL) e Silas Câmara (Republicanos) não tenham respondido aos nossos questionamentos até o fechamento desta matéria, ambos já declararam abertamente em suas redes sociais, que são favoráveis ao voto impresso e que votaram a favor da proposta quando for a plenário.

O presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL) deve reunir nesta segunda-feira líderes partidários para tratar do tema e pode pautar a votação já para amanhã (10). Mesmo que parte dos congressistas desrespeite a orientação das siglas, são mínimas as chances de aprovação, na avaliação dos dirigentes. Por se tratar de Proposta de Emenda à Constituição (PEC), são necessários 308 votos para aprovar a medida, já rejeitada na comissão especial formada para analisar o tema.

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