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Wilson coloca toda força do Estado para apoiar as buscas de jornalista e indigenistas

Wilson coloca toda força do Estado para apoiar as buscas de jornalista e indigenistas

O governador do Amazonas, Wilson Lima (UB) anunciou nesta segunda-feira (6) que está colocando à disposição o Estado para apoiar as buscar do o indigenista Bruno Araújo Pereira e do do jornalista inglês Dom Phillips, correspondente do jornal “The Guardian” que estão desaparecidos desde domingo (5) no Vale do Javari, no Amazonas. Segundo informou, a União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja).

“Estamos colocando o Estado à disposição para apoiar as buscas e investigações no desaparecimento do indigenista Bruno Araújo e do jornalista Dom Phillips, em Atalaia do Norte. Estamos enviando agentes para o local e vamos fazer o que estiver ao nosso alcance para encontrá-los”, disse o governador Wilson em sua rede social.

O titular da 50ª Delegacia Interativa de Polícia Civil (DIP), delegado Alex Perez, montou uma força-tarefa entre as polícias Militar e Civil, além de voluntários para intensificação das buscas na região, que já começaram.

“A SSP-AM está tomando todas as medidas cabíveis para auxiliar na elucidação do caso, em colaboração ao MPF, Polícia Federal e Funai”, afirmou o governo do Estado.

Phillips estava indo para uma localidade, chamada Lago do Jaburu, para entrevistar indígenas e Pereira o acompanhava. De acordo com as entidades, o indigenista é alvo de ameaças de madeireiros e garimpeiros que tentam invadir terras indígenas na região.

O sumiço

Em nota divulgada nesta segunda-feira (6), assinada por outras associações representantes de povos indígenas, informa que a dupla desapareceu no trajeto entre a comunidade Ribeirinha São Rafael até a cidade de Atalaia do Norte, pontos de ida e ponto de retorno respectivamente, no estado do Amazonas.

Os dois se deslocaram com o objetivo de visitar uma equipe de Vigilância Indígena que se encontra próxima ao Lago do Jaburu, localidade próxima da Base de Vigilância da Funai (Fundação Nacional do Índio) no rio Ituí.

Os dois chegaram no local de destino na sexta-feira (3) às 19h25. No domingo, a dupla retornaria pela manhã para a cidade de Atalaia do Norte, porém, antes pararam na comunidade São Rafael, em uma visita previamente agendada.

O indigenista faria uma uma reunião com um membro da comunidade apelidado de Churrasco. O encontro iria tratar de trabalhos conjuntos entre ribeirinhos e indígenas na vigilância do território, bastante afetado por invasões, de acordo com a Univaja.

“Pelo que consta nas informações trocadas, via Dispositivo de Comunicação Satelital [SPOT, na sigla em inglês], eles chegaram na comunidade São Rafael por volta das 6h, onde conversaram com a esposa do Churrasco, visto que este não estava na comunidade e depois partiram rumo a Atalaia do Norte, viagem que dura aproximadamente duas horas. Assim, deveriam ter chegado por volta de 8h, 9h na cidade, o que não ocorreu”, informou a nota das associações indígenas.

Temor pela segurança do jornalista

Em nota, o The Guardian confirmou o desaparecimento do jornalista britânico, que está trabalhando em um livro sobre meio ambiente com apoio da Fundação Alicia Patterson. Atualmente, Philips está sediado em Salvador e faz reportagens sobre o Brasil há mais de 15 anos para jornais como “The Guardian”, “Washington Post”, “New York Times” e o “Financial Times”.

“Crescem os temores sobre a segurança de um jornalista britânico e de um especialista indígena brasileiro que desapareceram em um dos cantos mais remotos da Amazônia poucos dias depois de receberem ameaças. O ‘Guardian’ está muito preocupado e busca urgentemente informações sobre o paradeiro e a condição de Phillips. Estamos em contato com a embaixada britânica no Brasil e autoridades locais e nacionais para tentar apurar os fatos o mais rápido possível”, informou o Guardian News & Media.

Phillips se juntou a uma das expedições de Pereira à mesma região em 2018 para relatar as tribos perdidas da Amazônia para o “Guardian”.

“Ele é conhecido por seu amor pela região amazônica e viajou para lá extensivamente para relatar a crise que o meio ambiente do Brasil e suas comunidades indígenas enfrentam”, diz o comunicado do jornal.

Buscas

O MPF instaurou um procedimento administrativo para apurar o desaparecimento e acionou a Polícia Federal, a Polícia Civil, a Força Nacional, a Frente de Proteção Etnoambiental Vale do Javari, e a Marinha do Brasil. De acordo com o comunicado do MPF, a Marinha afirmou que conduzirá as atividades de busca na região por meio do Comando de Operações Navais.

“O MPF seguirá intermediando as ações de buscas e mobilizando as forças pra assegurar a atuação integrada e articulada das autoridades, visando solucionar o caso o mais rápido possível”, informou o órgão.

Por meio de nota enviada à imprensa, a Marinha afirmou que enviou na manhã desta segunda-feira uma equipe de busca e salvamento da Capitania Fluvial de Tabatinga para o município de Atalaia do Norte (AM) para “auxiliar nas buscas a uma embarcação de pequeno porte com dois tripulantes”.

“Sete militares da Marinha do Brasil, com auxílio de uma Lancha, atuam nas atividades de busca. Durante toda a tarde foram realizadas ações nos rios Javari, Itaquaí e Ituí, no interior do Amazonas. Logo nas primeiras horas da manhã desta terça-feira (7), um helicóptero do 1º Esquadrão de Emprego Geral do Noroeste será empregado, além de duas embarcações e uma Moto Aquática”, disse a Marinha.

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