Opinião | Olavo de Carvalho: Políticos e personalidades reagem à morte do guru da direita
Ódio do bem? Nas redes sociais, esquerdistas comemoram a morte do escritor
Zé de Abreu e Vanessa Grazziotin celebram e ironizam falecimento do professor
“Menos um inimigo da humanidade”, declarou o ex-deputado do Psol e ativista LGBT, Jean Wyllys
Capitão Alberto Neto e Delegado Pablo repercutem falecimento de Olavo
Presidente Bolsonaro declara luto oficial após morte de filosofo
Quem foi Olavo de Carvalho: filósofo, anticomunista e referência da direita
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Atitude canalha
É repugnante ver alguém comemorando a morte de um adversário ou a doença de um desafeto.
Para mim, essa reação odiosa caracteriza falta de caráter e formação. Quem festejou a morte de Olavo de Carvalho, guru bolsonarista, mostra a mesma flacidez moral de quem comemorou o câncer de Lula ou de Dilma Rousseff.
Do lado da esquerda, houve também quem festejasse a facada em Jair Bolsonaro, durante a campanha de 2018, que politicamente, o ajudou muito a vencer a eleição presidencial.
Também prefiro pensar que os esquerdistas que dançam sobre o caixão de Olavo de Carvalho estão dando uma grande lição à maioria sensata que ainda se identifica com princípios cristãos: tripudiar sobre a morte do adversário (ou inimigo) é coisa de canalha.
Deus tá vendo e as pessoas de bem também.
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“Ódio do bem”
Entre as muitas mensagens de pesar e gratidão, nos deparamos aqui e ali com muitas manifestações de ódio, gracinhas e deboches.
Os autores são os “humanistas” de sempre, que se regozijam ao transformar a morte de Olavo de Carvalho num ritual bárbaro de alegria infernal.
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“CPF Cancelado”
Nas redes sociais, eles elevaram hashtags como “Grande Dia” e “CPF Cancelado”. Entre os que fizeram posts semelhantes a este, está o ator global José de Abreu.
“Morreu o pai do bolsonarismo. Falta o filho”, escreveu o artista global, fazendo referência ao escritor e também ao presidente Jair Bolsonaro.”
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“Não me Segurei”
No Amazonas, a ex-senadora Vanessa Grazziotin não conseguiu se segurar e mandou um recado nas redes sociais.
“Tomara que os seguidores de Olavo de Carvalho continuem seguindo-o”, afirmou em tom irônico.
“Menos um inimigo da humanidade”, declarou o ex-deputado do Psol e ativista LGBT, Jean Wyllys.
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Lacração
O deputado federal Capitão Alberto Neto fez a seguinte indagação em suas redes sociais:
‘Ódio do bem pode? Os primeiros que pedem respeito pela memória de Marielle são os primeiros a não respeitar a morte de um ser humano. O ódio do bem pode para a turma da lacração?’, questionou o parlamentar.
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‘Descanse em paz’
Já o deputado federal Delegado Pablo lamentou a morte do professor Olavo de Carvalho e afirmou que sua obra e pensamentos de direita vão ecoar pela eternidade.
“Descanse em paz, professor”, afirmou Pablo.
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Luto Oficial
O presidente Jair Bolsonaro decretou luto oficial de um dia devido à morte do filósofo. A determinação foi publicada em uma edição extra do Diário Oficial da União (DOU).
“É declarado luto oficial em todo o país, por um dia, contado da data de publicação deste decreto, em sinal de pesar pelo falecimento do professor Olavo Luiz Pimentel de Carvalho”, diz o texto.
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Nova direita
Quem foi Olavo de Carvalho? O fenômeno do despertar de uma nova mobilização de ideias liberais e conservadoras no Brasil, alcunhado de “nova direita”, resultou de um processo complexo e da mobilização de diversos atores e instituições.
Teve, entretanto, entre seus protagonistas inaugurais mais indiscutíveis, a figura do pensador paulista Olavo Luiz Pimentel de Carvalho (1947 – 2022).
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Comunicador
Nascido em Campinas, Olavo de Carvalho exerceu múltiplas atividades em sua biografia, e não se pode negar o seu papel de impacto no universo do pensamento brasileiro.
A retórica de Olavo como comunicador através da internet e das redes sociais, meios em que se tornou um influenciador expressivo e popularizou o Curso Online de Filosofia (COF), foram os instrumentos que deram a seu nome o auge de penetração social.
A partir daí sua biografia foi travestida de todo gênero de folclore conspiracionista e os humores mais suscetíveis se escandalizaram com seu estilo sarcástico e seu recurso constante a palavrões e ataques virulentos contra seus adversários.
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Visão de Olavo
Na visão de Olavo, os palavrões eram “necessários no contexto brasileiro para demolir essa linguagem polida que é uma camisa de força que prende as pessoas, obrigando-as a respeitar o que não merece respeito”.
A dinâmica com que Olavo amealhou milhares de alunos e discípulos, mesmo vivendo nos Estados Unidos desde 2005, deu origem a comentários de que esses alunos teriam adquirido um comportamento sectário, provocando enfrentamentos virtuais intensos e polarizadores.
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Revolução cultural
Politicamente, Olavo defendia a importância de construir uma elite intelectual capaz de auxiliar no saneamento do país em todas as suas esferas.
Alguns conceitos que determinaram decisivamente o pensamento da nova geração de liberais e conservadores e que foram popularizados por sua pregação foram a denúncia contra o Foro de São Paulo, uma organização fundada em 1990 pelos grandes partidos de esquerda da América Latina, e o ataque à “revolução cultural gramsciana” – uma adaptação estratégica da esquerda à ocupação dos espaços de formação nas escolas, faculdades e instituições culturais, midiáticas, jurídicas e governamentais, a que liberais e conservadores precisariam responder para desfazer uma “hegemonia cultural” vigente no ciclo da Nova República Brasileira.
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Apoio a Bolsonaro
Olavo foi um dos principais cabos eleitorais de Jair Bolsonaro em 2018, bem como era simpático às bandeiras do ex-presidente norte-americano Donald Trump.
O polêmico ex-estrategista de Trump, Steve Bannon, e o presidente Jair Bolsonaro estiveram com Olavo em um jantar nos EUA. Alunos e admiradores do filósofo – que sempre recusou a pecha de “ideólogo” do governo – ocuparam posições importantes na administração federal.
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Falecimento
Em março de 2020, declarou que a pandemia do coronavírus representava “a mais vasta manipulação de opinião pública que já aconteceu na história humana” e que o que então era considerado uma endemia era simplesmente uma fraude.
Também foi um ferrenho combatente da ideia do passaporte sanitário.
Olavo de Carvalho havia sido diagnosticado com Covid-19 no dia 16 de janeiro e estava internado nos EUA. Faleceu em 25 de janeiro de 2022, de causa não divulgada pela família.
Apesar do mistério, especulasse que a causa de sua morte, por ironia do destino, se deu por consequência de sequelas do Covid-19.
Seu enterro ocorreu em Petersburg, uma pequena cidade na Virgínia, interior dos Estados Unidos.
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Legado
Independentemente de concordar ou não com a postura e ideias de Olavo de Carvalho, é preciso reconhecer que ele foi sim um dos responsáveis por formar o pensamento de milhares de brasileiros e dar sustentação intelectual ao surgimento da chamada nova direita, que surgiu a partir das manifestações de junho de 2013, ganhou corpo com o impeachment de Dilma e a prisão de Lula e se consolidou, ao menos no campo político-eleitoral, em 2018 com a vitória de Jair Bolsonaro.
No discurso após a vitória no pleito, inclusive, Bolsonaro segurou nas mãos o livro “O Mínimo que Você Precisa Saber para Não Ser um Idiota”, best seller de Olavo de Carvalho
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