Opinião | Impacto do vídeo foi menor do que o esperado
As imagens da reunião do presidente Jair Bolsonaro com seus ministros, no dia 22 de abril, foram divulgadas na última sexta-feira. Depois de muita expectativa no meio político e na sociedade, mesmo com ataques e palavrões por parte do presidente e membros de sua equipe, o impacto do vídeo foi menor do que o esperado.
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Interpretação
Se por um lado a gravação mostrou um comportamento grosseiro e infantilizado, ao estilo Bolsonaro, e um contexto de desrespeito às instituições e ao cargo que ocupa, por outro lado traz afirmações subjetivas sobre uma possível interferência na Polícia Federal.
Em sua decisão, o ministro Celso de Mello decidiu torná-lo público. Ficaram de fora trechos que se referiam a outros países.
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Bolsonaro sendo Bolsonaro
Ninguém esperava que o presidente fosse conduzir uma reunião ministerial com simpatia e delicadeza. Mas essa reunião pareceu uma grande bronca coletiva, exigindo que os ministros se comportassem como ele.
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Ingenuidade política
Moro agiu com uma certa ingenuidade política. Quando ele disse que esse documento – o vídeo – seria uma importante prova, a sociedade esperou uma bala de prata, por ele ter sido um juiz implacável na Lava Jato. Parece-me que a divulgação do vídeo acabou sendo positiva para Bolsonaro, porque reforça o posicionamento político e ideológico dele.
Quem o apoia vai achar que está tudo legal e quem é contra vai achar que não mostrou nada de diferente do que já se sabia. Ficou no zero a zero.
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Lado jurídico
Do lado jurídico, as imagens são mais um elemento que se somam às declarações de Moro e de outros depoentes.
Porém, vai depender do ministro do STF, Celso de Mello dar peso ou não a essas provas. Ou seja, se forem colocadas dentro do contexto, podem fazer com que o magistrado entenda que o presidente queria interferir na PF.
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Pressão
O fato é que vai existir essa pressão e cobrança do Congresso e do Judiciário para que o presidente respeite as instituições, o cargo de presidente e seus limites constitucionais. Vamos aguardar os próximos capítulos dessa novela.
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Juízo de valor
O senador Omar Aziz criticou a postura do presidente e afirmou que o comportamento agressivo de Bolsonaro não lhe causou surpresa e que na sua avaliação aquilo não foi uma reunião.
“Eu vi ali todo mundo destilando ódio. Nada daquilo que a gente já não tenha visto antes. Mas não vejo nada na fala dele que possa comprometê-lo a ponto de tirá-lo da presidência. Nesse momento de pandemia, mais de 80% da população está em casa vendo tudo e cada um que tire as suas conclusões”, afirmou.
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‘Ouvi verdades’
Já o deputado federal Capitão Alberto Neto disse que ouviu muitas verdades no discurso do presidente Bolsonaro e que é preciso deixar o presidente governar. Alberto também criticou os mais de 30 pedidos de impeachment contra Bolsonaro.
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Ratificado por muitos
“Acho que o vídeo é a cara do governo Bolsonaro e da base que o sustenta. Não vejo novos danos. Mesmo discordando da forma como o presidente trata as instituições democráticas do país, preciso reconhecer que as críticas dele são críticas avalizadas por muitos” afirmou Marcelo Ramos.
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Retomada
Ontem em entrevista à CNN Brasil o governador do Amazonas, Wilson Lima, confirmou a retomada do comércio para 1º de junho.
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Decisão
Segundo o governador a decisão é baseada em modelos que já deram certo.
“O fato é que precisamos ter um planejamento nessa situação. Não abrimos mão da vida do cidadão, mas é preciso entender que essa briga passa pelo sustento da família do cidadão”, afirmou o governador que ainda disse que, “se em algum momento, tiver um aumento de casos não teremos problema em retroagir e voltar a adotar as medidas protetivas”.
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