Opinião | Centrão manobra para impedir Sergio Moro de disputar eleições em 2022
Mais uma vez ex-juiz da Lava Jato pode receber um duro golpe político
Bancada do AM se divide sobre perseguição a Moro
“Proposta me parece ser dirigida exclusivamente ao Dr. Sergio Moro”, avalia Bosco Saraiva
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Moro mais uma vez no alvo
Já trucidado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) — que o condenou como parcial no julgamento de Lula e inocentou o ex-presidente do PT — agora é a vez de parte dos políticos do Congresso Nacional, sobretudo os do Centrão, atacarem o ex-juiz federal Sergio Moro, ícone da operação Lava Jato.
A proposta do novo Código Eleitoral, elaborada pela deputada Margarete Coelho (PP-PI), incluiu de última hora, um dispositivo que pode barrar qualquer pretensão eleitoral do ex-magistrado e afastá-lo da disputa pelo Palácio do Planalto em 2022.
A redação do texto protocolada na última quarta-feira (25), na Câmara dos Deputados, prevê que juízes e promotores fiquem impedidos de se candidatar até cinco anos depois de deixar o cargo.
O texto ainda precisa ser aprovado por deputados e senadores para entrar em vigor.
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Lei quer retroagir
Moro pediu a exoneração do cargo de juiz federal em novembro de 2018 para assumir o posto de ministro da Justiça e Segurança Pública do governo de Jair Bolsonaro (sem partido).
Desta forma, a quarentena do ex-juiz da Lava Jato só termina em 2023, o que inviabilizaria qualquer candidatura dele no pleito do próximo ano.
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Articulação do Centrão
Segundo aliados de Margarete Coelho – que é conterrânea e correligionária do presidente da Câmara, Arthur Lira — o veto foi uma demanda de partidos do Centrão.
A medida não atingiria apenas Moro, mas também militares, delegados e promotores que possam atrair holofotes para se cacifar politicamente.
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Pautas mais importantes
Diante dessa articulação claramente direcionada, algumas perguntas ficam no ar. Por que a Câmara não coloca em votação o fim do foro privilegiado e a volta da prisão em segunda instância?
Com certeza, essas pautas são de interesse máximo da população, já que inibem a corrupção.
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Bancada dividida
O Direto ao Ponto conversou com oito dos 11 integrantes da bancada amazonense no Congresso Nacional e as opiniões divergem.
Os deputados federais Delegado Pablo (PSL), Bosco Saraiva (SDD) e o senador Plínio Valério (PSDB) são contra a proposta. Já os deputados Marcelo Ramos (PL), José Ricardo (PT) e Sidney Leite (PSD) disseram que votaram favoráveis à mudança.
O senador Omar Aziz (PSD) disse que vai esperar o projeto chegar no Senado para estudá-lo e se posicionar.
Átila Lins (PP) disse que vai aguardar a orientação partidária para se posicionar.
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Eleição sem Moro
“Eu não legislo para pessoas. Não ‘fulanizo’ as leis que voto. Eu sou a favor de quarentena para juiz, com Moro ou sem Moro”, afirmou Marcelo Ramos, que é vice-presidente da Câmara.
Sidney Leite disse desconhece o interesse de Moro em disputar as eleições e destacou que o dispositivo não é sobre o ex-juiz Sergio Moro e sim sobre ex-magistrados, policiais, e juízes que utilizam e fazem protagonismo por conta de suas funções para fins eleitorais.
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Pauta direcionada
Na avaliação de Bosco Saraiva, a mudança no Código Eleitoral é claramente para atingir o ex-juiz da Lava Jato.
“Sou contra este item da proposta do novo Código Eleitoral que me parece ser dirigido exclusivamente ao Dr. Sergio Moro. Sou avesso a casuísmos e isso não contribui em nada para o fortalecimento da democracia brasileira. Me remete ao período anterior aos anos 1930 quando poucas castas podiam participar das eleições e do poder no Brasil”, avaliou.
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Candidato
Moro já faz movimentos para ser candidato em 2022 pelo Podemos. O anúncio pode sair ainda esse ano.
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