Opinião | Como está a escolha dos vices nas pré-candidaturas ao governo do AM
Governador eleito vai administrar um orçamento de R$ 26,7 bilhões em 2023
Wilson, Amazonino e Braga sem vice definidos
David deve indicar nome para o vice de Wilson no dia 31 de julho
Ricardo, Braz, Henrique e Amil vão com chapas puro sangue
Henrique Oliveira é o único que já definiu o vice: Vera Lucia Castelo Branco
Vice realmente importa ou é só figura decorativa
Para 77% dos brasileiros o vice não importa ou importa pouco
Para 2/3 dos eleitores, o nome do candidato a vice-presidente não é decisivo para a definição de voto
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Vice dos sonhos
A 14 dias do início do prazo para as convenções partidárias — que vão do dia 20 de julho a 5 de agosto — as discussões a respeito das escolhas dos vices nas chapas ainda seguem com indefinições.
Para além das funções práticas durante o exercício do mandato, a escolha de um vice na hora de se formar uma chapa passa também por critérios de estratégia eleitoral, seja agregando potencial de voto e trânsito em setores que o cabeça de chapa não teria, ou seja para arranjos e composições partidárias necessárias para chapa.
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Importância
A importância na escolha do vice pode depender muito do ano eleitoral. Em alguns momentos o vice fica escondido, não aparece em debates, serve apenas para não atrapalhar. Em outros, ele tem um papel de destaque e protagonismo.
Independente de um ou outro, não podemos esquecer que no Amazonas essa é uma vaga cobiçada, tendo em vista o histórico das últimas eleições.
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Cobiça
Os vices nas chapas de Wilson Lima e Amazonino Mendes — que lideram a disputa eleitoral para o Governo do Amazonas — estão entre as mais cobiçadas.
A expectativa é de que seja confirmado nos próximos dias o apoio de Lula a Eduardo Braga, o que torna a composição de vice na sua chapa mais atrativa e disputada também.
Ricardo Nicolau, Carol Braz, Henrique Oliveira e Marcelo Amil, nomes menos competitivos, deverão confirmar chapas puro sangue para a disputa eleitoral, com possibilidade até de alguma candidatura declinar para compor com outro candidato.
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Oficialmente
Pelo menos oficialmente as funções do vice não são muitas.
Pode-se dizer que a principal função de um vice é justamente ser o substituto imediato do titular do cargo. Em caso de renúncia, morte, cassação ou impeachment do titular, é o vice que herda seu cargo. Além disso, ele também assume o cargo quando o titular se ausenta do estado.
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Histórico
Ser vice-governador no Amazonas é uma possibilidade real do político assumir o comando do Executivo.
Foi assim com Omar Aziz, que foi vice-governador de Eduardo Braga e assumiu a gestão quando Braga renunciou ao mandato para disputar o Senado.
Omar governou o Amazonas por nove meses em 2010 e foi reeleito governador no mesmo ano, com José Melo como vice.
Melo fez o mesmo caminho de Omar Aziz, que renunciou ao mandato para disputar o senado em 2014. Ele assumiu o governo por nove meses e foi reeleito governador.
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Sucessão
O cálculo da disputa eleitoral desse ano também passa pela possibilidade de sucessão em 2026.
Com a reeleição de Wilson Lima (UB), o vice em sua chapa pode assumir o comando do estado em uma eventual renúncia do atual governador para disputar o Senado em 2026.
Por isso, tantos políticos desejam o cargo e a escolha do nome está a cargo do prefeito de Manaus, David Almeida (Avante).
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Dilema
O dilema de David — que planeja ser reeleito prefeito em 2024 e disputar o Governo do Amazonas 2026 — é indicar um vice que esquente a cadeira para ele.
E é aí que está a dificuldade na escolha do nome, porque existe o risco do vice assumir e querer disputar a reeleição em 2026, como ocorreu com Omar e Melo, em 2010 e 2014.
Quatro nomes estão na órbita de escolha de David Almeida: O vice-prefeito de Manaus, Marcos Rotta (PP); a ex-secretária de Saúde, Shadia Fraxe; o ex-secretário de Limpeza Pública, Sabá Reis; e o ex-secretário da Casa Civil, Tadeu de Souza, os três do Avante.
David, que recentemente afirmou que essa será a decisão política mais difícil de sua vida, já declarou que no próximo dia 31 de julho vai anunciar o nome do vice para compor a chapa com Wilson Lima.
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PL
Quem também está de olho na vaga de vice-governador é o ex-superintendente da Suframa, Coronel Alfredo Menezes.
Menezes, que é o principal interlocutor do presidente Bolsonaro no Amazonas, vem medindo forças com o prefeito David Almeida e pressionando, via articulação nacional, para que o vice de Wilson Lima seja do Partido Liberal (PL).
Além de Menezes, que já se colocou à disposição de compor como vice, nomes como Alfredo Nascimento, Capitão Alberto Neto e Pastor Nilmar foram ventilados.
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Amazonino
Do lado de Amazonino Mendes (Cidadania) — que lidera a corrida eleitoral — o nome desejado pelo ex-governador para compor a chapa é o do ex-deputado federal Humberto Michiles (PSDB).
O nome da reitora da Fametro, Maria do Carmo Seffair (PSDB), anunciada recentemente como suplente de Arthur Neto na disputa para o Senado, também foi cogitada e ainda não é descartada.
Nos bastidores ainda existe uma pequena possiblidade de composição com o senador Eduardo Braga (MDB), que poderia indicar o vice na chapa. Nomes como o da ex-senadora Sandra Braga e do presidente do MDB Manaus, Jesus Alves, foram sondados.
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Mandato único
Amazonino já declarou que se eleito, não pretende disputar a reeleição, o que torna o vice o principal nome em uma eventual sucessão. Além disso, a saúde de Amazonino, sempre questionada nas últimas eleições, faz brilhar os olhos do vice com a possiblidade de assumir o mandato antes do tempo.
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Curiosidade
Existe até um fato curioso em relação à saúde de Amazonino.
Em 2017, quando ele foi eleito governador no mandato tampão, após a cassação de José Melo, o seu vice, Bosco Saraiva (PSDB), à época, sofreu um infarto.
E Amazonino cumpriu o seu mandato sem nenhum problema de saúde aparente.
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Eduardo Braga
Tudo aponta que o senador Eduardo Braga será candidato ao Governo do Amazonas com o apoio de Lula (PT). Nos bastidores, circula que foi batido o martelo e que o anúncio pode ser feito já na próxima sexta-feira (8).
Entre as possibilidades de composição na chapa de vice, está o Solidariedade, que tem Ricardo Nicolau como pré-candidato ao Governo. Este já afirmou que não existe possibilidade de compor como vice de ninguém, mas na política do Amazonas até boi voa e ele pode ficar à mercê de uma articulação nacional que pode tira-lo da disputa eleitoral, caso não aceite ser vice de Braga.
Outra possibilidade é que o vice seja indicado pelo PT. Neste caso, o nome cotado pelo partido dos trabalhadores seria o do ex-senador João Pedro.
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Nicolau, Braz, Oliveira e Amil
Ricardo Nicolau do Solidariedade, Carol Braz do PDT, Henrique Oliveira do Podemos e Marcelo Amil do PSOL, devem disputar o governo com chapas puro sangue.
O deputado estadual Ricardo Nicolau pode ter Eduardo Saraiva, filho do deputado federal Bosco Saraiva como vice.
A defensora Carol Braz e o advogado Marcelo Amil ainda não definiram o vice, que deverá ser um nome da executiva estadual do partido.
O único candidato que definiu um nome para compor a chapa até agora foi o ex-deputado Henrique Oliveira do Podemos, que anunciou a ex-deputada estadual Vera Lucia Castelo Branco, ex-esposa de Sabino Castelo Branco (ex-deputado federal), como sua vice na chapa para concorrer ao governo do Amazonas.
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Dor de cabeça
Também não podemos esquecer da dor de cabeça que um vice pode trazer para o governador. Que o diga o atual, Carlos Almeida — que além de trazer um desgaste colossal para Wilson Lima com outros poderes — tramou um golpe para afastar o governador e assumir o governo do Amazonas.
O plano foi mal sucedido, mas tirou o sono do governador por um bom tempo e ninguém quer passar por isso de novo com um vice.
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Eleitor
Do ponto de vista estatístico, pesquisas indicam que para 77% dos brasileiros o vice não importa ou importa pouco. E para 2/3 dos eleitores, o nome do candidato a vice-presidente não é decisivo para a definição de voto.
Pelo ponto de vista empírico, ela pode fazer a diferença.
Uma escolha errada pode comprometer a eleição, tirando votos e apoio ou a escolha pode turbinar uma candidatura com tempo de TV, recursos financeiros e apoio eleitoral que podem ser decisivos em uma disputa que promete ser a mais disputada da história do Amazonas.
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Dia D
A data para o fim do mistério está próxima.
No dia 5 de agosto, todas as chapas vão estar definidas com candidatos a governador e vice, e o eleitor do Amazonas vai fazer a sua escolha para a próxima gestão que vai comandar um orçamento previsto de R$ 26,7 bilhões para 2023 — maior em 22,60% que o deste ano.
E você, amigo leitor, já arrisca dizer quem serão os candidatos e quem vai ganhar a disputa para o governo do Amazonas?
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