Wilson Lima decreta situação de emergência em três municípios do AM
Doze dias após a interdição da BR-319 – onde uma ponte desabou no dia (28) e outra, no sábado (8) – o Governo do Amazonas decretou situação de emergência em três cidades do estado. Nesta segunda-feira (10), o governador Wilson Lima (União Brasil), afirmou que há desabastecimento de alimento, de remédio e de combustíveis nos municípios. Segundo ele, algumas cidades também correm risco de ficar sem energia elétrica. No momento, a interdição da rodovia afeta mais de 100 mil pessoas.
“A gente tem uma série de situações que estão acontecendo ali, que estão dificultando a vida das pessoas, como a questão do escoamento da produção, desabastecimento de alimento, de remédio, de combustíveis. É importante a questão do combustível, porque esse combustível é que faz funcionar as térmicas. Então, há um risco de que em algum momento isso aconteça, e a gente espera que isso não aconteça, de que alguns desses municípios possam ficar sem energia elétrica”, afirmou o governador na manhã desta segunda-feira (10), durante coletiva de imprensa.
As duas pontes que desabaram integram rodovia federal, que é a única conexão por terra de parte do estado com outras regiões do país. A interdição da BR-319 também diretamente Roraima, já que a rodovia se liga à BR-319, única ligação do estado roraimense ao restante do país por via terrestre.
O anúncio do decreto de emergência foi feito pelo governador do Amazonas, durante coletiva de imprensa. O decreto vale para os municípios do Careiro da Várzea, Careiro Castanho e Manaquiri. De acordo com o governador, as três cidades são diretamente afetadas pelo desabamento das duas pontes.
O governado afirmou que aproximadamente 104 mil pessoas estão sendo afetadas nas regiões próximas às pontes. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), 100 mil pessoas equivalem a aproximadamente 2% da população do estado.
Na coletiva, Wilson Lima citou alguns problemas enfrentados pelas cidades afetadas pelos desabamentos: escoamento da produção, desabastecimento de alimento, remédio e de combustíveis.
O governador disse ter conversado com o ministro de Infraestrutura, Marcelo Sampaio, no sábado (8), dia em que segunda ponte desabou. De acordo com o governador, os dois falaram sobre as providências a serem adotadas. “Hoje, inclusive, eu tenho uma reunião em Brasília com o ministro e com a equipe dele para colocar o Estado do Amazonas à disposição daquilo que for necessário e apresentar o que o Governo do Estado de atendimento para a travessia das pessoas”, disse Wilson Lima.
Desabamento compromete transporte e abastecimento no AM e RR
Com trechos da BR-319 interditados, após o desabamento de duas pontes – uma no dia 28 de setembro e outra no sábado (8), o transporte terrestre em Roraima e em parte do Amazonas está comprometido. A situação já prejudica o transporte de cargas, comprometendo o abastecimento de alimentos perecíveis, como carne e peixes, e de outros produtos.
Isolados por terra, Roraima e Amazonas dependem da rodovia federal para acessar outras regiões do país fora do eixo Norte. Entenda como é feita essa ligação e o papel das demais rodovias federais que cortam o Amazonas.
A BR-319 está interditada há 12 dias, desde que a ponte sobre o Rio Curuçá desabou, deixando quatro mortos, 14 feridos e, pelo menos, um desaparecido. Bombeiros do Amazonas chegaram a retirar dez veículos da água, incluindo um rolo compressor e uma carreta.
Menos de duas semanas depois, a ponte Autaz Mirim também desabou na BR-319. A estrutura desmoronou poucas horas após ser interditada. Segundo o Governo do Amazonas, não há feridos.
Conforme levantamento da Associação de Amigos e Defensores da BR-319, atualmente, o Amazonas conta com cinco rodovias federais:
- BR-210
- BR-174
- BR-307
- BR-230 (Transamazônica)
- BR-317
Nessa lista, a BR-319 é considerada a principal ligação do Amazonas com o restante do país. É também por ela que Roraima se liga aos demais estados da federação. “Hoje, dois estados não estão ligados ao resto do país: Roraima e Amazonas”, enfatizou o presidente da associação, André Marsílio.
Fonte: G1 Amazonas