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Escândalo do Twitter Files e alta nos preços dos alimentos podem impulsionar ato pró-Bolsonaro

Escândalo do Twitter Files e alta nos preços dos alimentos podem impulsionar ato pró-Bolsonaro

Marcado para o dia 21 de abril no Rio de Janeiro, o novo ato em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pode fazer centenas de milhares de manifestantes voltarem às ruas em defesa do ex-mandatário, que é investigado por suposta tentativa de golpe de Estado. Bolsonaro deve usar o ato para contestar a acusação de que teria preparado uma minuta de golpe. Mas outros fatores devem ajudá-lo a lotar a manifestação, entre eles a alta dos preços dos alimentos e o escândalo do Twitter Files, que apontou evidências de censura nas redes sociais.

O último protesto do tipo ocorreu em 25 de fevereiro, na Avenida Paulista, em São Paulo. Na ocasião, declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comparando a guerra de Israel ao nazismo ajudaram a motivar mais pessoas a aderir à manifestação. Bolsonaro usou o evento para pedir que seja passada uma “borracha no passado” e que os acusados de crimes durante os atos de 8 de janeiro de 2023 sejam anistiados. Ele deu a entender em um discurso que sua consulta sobre uma eventual decretação de Estado de Defesa ou Sítio após as eleições de 2022 estariam dentro da legalidade constitucional.

Depois do ato, novas investigações da Polícia Federal tentaram ligar o ex-presidente a uma suposta tentativa de golpe de Estado, principalmente afirmando que ele teria apresentado uma alegada minuta de decreto de Estado de Defesa a comandantes das Forças Armadas para promover uma ruptura de ordem institucional.

Já para o protesto deste mês, Bolsonaro deve tentar desconstruir essa narrativa. Além disso, a alta dos alimentos, o caso Twitter Files e a queda de popularidade de Lula podem contribuir para uma ampla participação popular. O evento está programado para ocorrer em Copacabana, na Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro, às 10h.

O conflito entre o ministro Alexandre de Moraes e o magnata Elon Musk, dono do “X” (ex-Twitter), movimentou a base oposicionista para protestar contra a postura do ministro e seus inquéritos conduzidos no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Apesar de não citar Moraes, o discurso pró-democracia está sendo utilizado pelos aliados de Bolsonaro ao compartilharem o vídeo do ex-presidente convocando para a manifestação. A leitura feita por analistas é de que a briga entre o bilionário e o ministro deverá ganhar eco no ato.

Sendo um dos aliados mais próximos do ex-presidente, o senador Magno Malta (PL-ES) avalia que o público será formado majoritariamente pelas mesmas pessoas que compareceram ao ato anterior em fevereiro: evangélicos e cidadãos preocupados com a liberdade de expressão.

“Iremos às ruas pela nossa liberdade. Isso é o que está em jogo. O mesmo público que esteve na última manifestação, que é contra drogas e aborto, também estará lá. Não tenho dúvida que será um mar de gente”, disse o parlamentar.

Para o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ), “as arbitrariedades ganharam uma notoriedade e alcance nunca antes vistos”. Ele também afirma que “o mundo agora sabe da tirania e da perseguição política praticadas contra adversários”.

Já na avaliação do deputado Maurício Marcon (Podemos-RS), as denúncias feitas por Musk “dão respaldo” ao que a oposição sabe sobre o comportamento do ministro do STF.

As denúncias a que eles se referem são e-mails e dados internos do X (antigo Twitter) que mostram que autoridades brasileiras, como o TSE e o Ministério Público, pressionaram funcionários da rede social entre 2020 e 2022 para fornecer dados de usuários e suspender contas sem fundamentação legal adequada. Os pedidos violam abertamente princípios de privacidade e liberdade de expressão.

Líder da oposição no Senado, o senador Rogério Marinho (PL-RN) afirmou que o ex-presidente está representando um anseio da população contra a postura do Supremo.

“As pessoas que vão à manifestação buscam protestar pela liberdade. O ex-presidente Bolsonaro virou um símbolo dessa luta contra os inquéritos conduzidos por Alexandre de Moraes, que já se arrastam por cinco anos”, disse o parlamentar.

Fonte: Gazeta do Povo

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