Opinião | Candidatos em 2022, Omar e Braga manobram para que relatório final da CPI atenda seus interesses políticos-eleitoral
Aziz e Eduardo querem Wilson Lima e Marcellus Campêlo indiciados
Advogados e consultores legislativos classificam manobra de politicagem, sem efeitos práticos
Omar Aziz tenta convencer senadores a incluir Fausto Jr. no relatório final
Delegado Péricles classifica CPI do Senado de vergonhosa: “Aquilo ali foi uma CPI do Circo.”
⭕
CPI do Circo
A CPI da Covid — que discute agora seu relatório final — deu mais um elemento aos brasileiros que enxergam a Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado como um circo político. A CPI vem servindo de palanque para opositores do governo fazerem seus discursos, marcarem posição, aparecerem para a opinião pública e principalmente para atender aos seus interesses nos seus respectivos estados.
Como é o caso dos senadores Omar Aziz (PSD) e Eduardo Braga (MDB) que escancararam seus interesses políticos nos últimos dias após a leitura do relatório final do senador Renan Calheiros (MDB).
⭕
Embate pesado
Por ter dado origem à CPI da Covid, a situação do Amazonas virou motivo de embate pesado do colegiado. Omar e Braga travaram uma dura discussão no jantar oferecido por Tasso Jereissati, na última terça-feira (19), sobre a inclusão do estado no relatório final.
Aziz é candidato à reeleição no ano que vem. Braga candidato ao governo estadual.
⭕
Jogo de interesses
Rival político do atual governador, Wilson Lima, o senador Eduardo Braga defende que o relatório de Renan traga algum tipo de responsabilização ao governador. Assim como Omar Aziz avalia que o parecer de Renan Calheiros (MDB-AL) foi “leve” com Lima.
A dupla propôs alterações no texto para reforçar a suposta responsabilidade do governador na crise sanitária de Manaus e pleiteou que Lima seja incluído no hall de pedidos de indiciamento. Assim como o ex-secretário de Saúde do estado, Marcellus Campêlo.
⭕
Politização
Advogados consultados pelo Direto ao Ponto e consultores legislativos foram categóricos afirmando que já há uma ação penal aberta contra o governador do Amazonas na Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
E que, portanto, o pedido de indiciamento pela CPI não teria muito efeito prático, ficando restrito ao “simbolismo político”.
Na pratica apenas reforçaria as críticas a Lima pela gestão na pandemia, por Omar e Braga.
⭕
Forçando a barra
Mas a forçação de barra não para por aí. O presidente da CPI, senador Omar Aziz, também tenta convencer os senadores do G7 a incluir o deputado estadual Fausto Jr. (MDB), que foi relator da CPI da Saúde na Assembleia do Amazonas, no documento final.
O crime do deputado foi ter peitado Omar e afirmado em depoimento que a crise na saúde pública do Amazonas, evidenciada durante a pandemia, era fruto da má gestão de governos passados, incluindo o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD), que governou o Amazonas de 2010 a 2014. E que esse sim deveria ser indiciado.
Por conta dessa afirmação, o deputado chegou a ser ameaçando de prisão por Omar. Não foi preso, mas pode ter seu nome incluído no relatório final por isso.
⭕
‘Vergonhosa’
O deputado estadual Delegado Péricles (PSL), que presidiu a CPI da Saúde no Amazonas, classificou a CPI do Senado de vergonhosa, sem nenhum embasamento técnico e provas.
“Aquilo ali foi uma CPI do Circo.”, afirmou Péricles.
⭕
Votação do relatório
A CPI da Covid realizará na próxima terça-feira (26) a votação do relatório final.
Até lá, os senadores vão discutir o conteúdo do documento, e o texto final poderá sofrer alterações com base em sugestões feitas a Renan ao longo da semana.
Para ser aprovado, o documento precisa receber o apoio da maioria dos 11 membros titulares do colegiado (6 votos).
Com 1180 páginas, o relatório final da CPI, por enquanto, tem 37 delas sobre o Amazonas.
Até ontem (21), foram contabilizados 427.368 casos de Covid no estado, e confirmadas 13.762 mortes pela doença.
Siga a Direto ao Ponto:
Facebook: facebook.com/diretoaopontonews1
Instagram: @diretoaopontonews
Twitter: @diretoaoponto1_
Fale com a gente:
Receba a coluna no seu WhatsApp: 92 98422-0558
Redação: 92 99189-4271
Editor-chefe: 92 99109-1099